Quatro fogem de cela interditada do 6.º DP

Após serrarem as grades da única cela existente na improvisada carceragem do 6.º Distrito Policial (Cajuru), quatro detentos conseguiram fugir às 4h20 de ontem. A debandada só não foi maior porque os dois plantonistas ouviram o barulho dos presos quebrando o gradil do teto e acionaram reforços da Polícia Militar e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Ganharam as ruas os detentos: Everton Teixeira Batista (tráfico de drogas); César dos Santos (roubo); Michel Honorato (roubo), e Valdir Felix de Matos (roubo).

Durante a revista policial foram encontradas quatro pequenas serras que foram utilizadas para a fuga. Os detentos, de posse desses artefatos, cortaram um pequeno pedaço da parte inferior da cela e conseguiram sair. Em seguida, forçaram a grade existente no teto até quebrá-la para depois pular no terreno baldio, existente ao lado do prédio do distrito policial. Até o final da manhã de ontem, nenhum fugitivo havia sido recapturado.

O problema de superlotação e a proximidade das festas de fim de ano atiçam os detentos a tentar a fuga das delegacias e distritos policiais. Segundo o superintendente do 6.º DP, Gilberto de Paula, antes da fuga, a cela estava superlotada com 21 presos, sendo que a capacidade é estimada para seis.

A situação continua preocupante naquele distrito, pois a superlotação continua com os 17 detentos restantes. Desse total, três deles são condenados pela Justiça e não deveriam estar retidos naquele local. No último dia 11 de novembro houve uma tentativa de fuga que foi controlada pelos policiais.

Um detalhe, importantíssimo, chama a atenção logo na entrada da carceragem. Na porta consta um cartaz com o seguinte aviso: "Cela desativada por determinação do juiz corregedor dos presídios", datado em 28 de setembro de 2004. Isso significa que a única cela do 6.º DP está interditada pela Justiça e que não deveria estar comportando presos. Porém, como a polícia tem que continuar prendendo e não há vagas nos complexos penitenciários, a carceragem do distrito permanece abrigando presos.

Entretanto, as condições precárias do local colocam em risco, além da vida dos policiais, também os moradores da região que convivem com o perigo de fugas, como a que ocorreu na madrugada de ontem. Os detidos também sofrem com problemas de saúde.

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