Os corpos de um homem e de uma mulher foram encontrados, por volta das 6h30 de ontem, no Rio Atuba, ao lado da Rua Alberto Piekas, Vila Prado, em Almirante Tamandaré. Eles estavam escondidos debaixo de um cobertor e foram encontrados por um grupo de crianças que seguia para a escola. A polícia não sabe o que causou a morte do casal, que, até o início da tarde, ainda não havia sido identificado no Instituto Médico-Legal. Este é o quarto casal assassinado neste mês.
Quando uma equipe da Defesa Civil de Almirante Tamandaré retirou as vítimas da água, foi constatado que o homem, de aproximadamente 30 anos, estava com as mãos amarradas, nas costas.
Ele apresentava marcas de agressão no rosto, mas a perita Rosemaria, do Instituto de Criminalística, não soube determinar qual instrumento foi utilizado para feri-lo. Na mulher, que aparentava 25 anos, a perita não identificou nenhum ferimento. Segundo ela, apenas exames complementares no IML poderão constatar a causa da morte.
O motivo do duplo homicídio também permanece misterioso para a polícia. No local do crime, foi levantada a hipótese de se tratar de um crime passional, porque o homem estava com as calças arriadas e a mulher, com a blusa levantada. Porém, também foi comentado que a região é conhecida por ser um ponto de tráfico de drogas e as mortes poderiam estar relacionadas a isso. ?As investigações já foram iniciadas?, disse o superintendente Mendes, da delegacia local. Porém, o primeiro passo das investigações é a identificação das vítimas.
Drogas por trás dos crimes
Giselle Ulbrich
Outros três casais foram assassinados este mês – dois em Colombo e um em Campo Largo -, todos com indícios de ligações com o tráfico de drogas. Ontem, a delegacia de Campo Largo intimou familiares de Rosane Batista, 36, e José Gomes de Almeida, 58, a prestarem depoimento. O casal foi morto segunda-feira, dentro de casa, no bairro Saad. O boliviano Fernando Aguilera Baltazar, 52, estava na casa e foi autuado por associação ao tráfico, porque confessou ter sido contratado para misturar drogas. Na residência, foi montado uma espécie de laboratório para produzir crack.
Adriano Eduardo Mesquita, 29, e Sônia Alves de Oliveira, 31, também foram mortos em casa, mas no Alto Maracanã, na frente de seus filhos de 1 e 8 anos. Um dos suspeitos, José Claudinei de Assis, 36, negou o crime na delegacia e foi liberado.
No dia 3, no Jardim Osasco, João Hamilton da Silva Júnior, 17, e Veronice Alves Eleodoro, 20, foram executados com tiros na cabeça quando seguiam a um bailão. Um dos suspeitos de participar do crime, o ex-presidiário Júnior José de Andrade, 22, foi encontrado morto a facadas, horas depois.