Mesmo com os esforços somados de várias autoridades policiais, 29 dias depois do desaparecimento da garotinha Vivian Florêncio, 3 anos, seu paradeiro continua desconhecido. Em paralelo seguem as investigações para apurar o assassinato da mãe da menina, Maria Cacciatore Florêncio, 38, cujos resultados então sendo mantidos em sigilo pela Delegacia de Homicídios.
De forma sucinta, o delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, informou apenas que o policial militar Edson Prado, apontado como principal suspeito do crime, deverá ser ouvido novamente na próxima semana. Segundo Jaime, faltam ainda resultados de laudos periciais para que o inquérito seja concluído. Um deles refere-se às análises solicitadas pela Delegacia de Vigilância e Capturas para verificar se há vestígios de sangue, pêlos, cabelos, grama, terra, cal e derivados da substância, dentro e fora da viatura usada pelo suspeito, no dia que mãe e filha desapareceram. Apesar das perícias já terem sido feitas, o laudo ainda não foi enviado ao delegado.
Sindicância
Porém, a mesma viatura não serviu apenas como uma possível prova do crime, mas para fomentar uma grande discussão que resultou em sindicância. O veículo foi entregue na semana passada a policiais militares que levaram um ofício afirmando estarem autorizados pela Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC) a retirá-lo. O carro foi entregue, mas a delegacia nega ter dado qualquer autorização para isso. José Ricardo Fiedler, chefe da Divisão Técnica da Capital do Instituto de Criminalística, disse que o processo foi feito de forma regular, conforme o oficio n.º 404/5 entregue pelos policiais militares. Porém, este documento foi feito no dia 10 de março e refere-se a solicitação de perícia no veículo, que foi apenas conduzido por um policial militar. "Se eles delegaram confiança para um policial militar entregar a viatura no IC, conseqüentemente deram autorização para o mesmo retirá-lo. Não era necessário nenhum outro ofício para isso. Se a delegada não quisesse entregar para a PM, ela que tivesse ligado para nós", afirmou Fiedler.
Já o superintendente da DVC, Domingos Fernando Afonso, explicou que a viatura foi conduzida por um policial militar até o instituto, enquanto policiais civis acompanhavam o trajeto em outro carro. "Em nenhum momento o fato de um PM conduzir o carro até o local onde seria periciado dava direito a ele de retirá-lo. A viatura estava sob responsabilidade da DVC e somente com nossa autorização ela poderia ser levada do instituto", explicou o policial. Em meio a confusão gerada, uma sindicância está sendo aberta para investigar se houve negligência. A preocupação da Delegacia de Vigilância e Capturas é que caso haja necessidade de se fazer outras análises no carro, isso não será mais possível. A Secretaria da Segurança Pública afirmou que ainda não recebeu nenhum documento do Instituto de Criminalística explicando o fato.