Quase linchado depois de matar o vizinho

Um assassinato estúpido manchou a Rua Afonso de Lima, Jardim Independência, em São José dos Pinhais, com o sangue da vítima e do autor. O caminhoneiro Vilmar Zanato Pereira, 47 anos, foi morto a tiros, ontem à tarde, pelo vizinho Luís Abel Godinho Oliveira, 41. Eles haviam discutido por causa da pintura de um muro. Vilmar tombou na rua depois de levar dois tiros. Luís Abel escapou da morte por pouco. Ele foi atacado pelos moradores do bairro, que, revoltados com o crime, quase o massacraram a socos e pontapés.

Luís Abel foi salvo por policiais militares do 17.º BPM, que chegaram em tempo de evitar que o assassino fosse linchado. Cinco viaturas foram deslocadas para conter o tumulto. De acordo com o soldado Pereira, havia mais de 150 pessoas em volta de Luís Abel.

Além de agredir o criminoso, a multidão impedia que a ambulância do Siate chegasse até a rua. “Tivemos que retirá-lo e entregar para o Siate algumas quadras adiante”, contou o soldado. Luís Abel, embora bastante machucado, ainda estava consciente. Ele foi levado para o Hospital do Trabalhador e nenhum dos agressores foi preso. “Nessas horas nossa prioridade é salvar vidas”, salientou o policial.

Sangue

O muro onde o assassino foi acuado ficou manchado, mas ao lado do corpo de Vilmar havia um verdadeiro rio de sangue. Ele foi morto com dois tiros, um no ombro esquerdo e outro nas costas, conforme apurou o perito criminal Antônio Carlos Lepinski. Investigadores da delegacia de São José estavam no local e apuraram os fatos.

“Testemunhas contaram que há tempo os dois se estranhavam. Mas o que aconteceu hoje foi que Vilmar pediu a Luís Abel se um pedreiro podia chapiscar um muro entre os terrenos deles”, explicou o investigador Colaço. Houve uma pequena discussão e Luís Abel, irado, entrou em casa, voltou armado e atirou.

Perda

“Não me conformo com isso. Vilmar era trabalhador, viajava a cada quinze dias, nunca teve problema com ninguém”, lamentava o sogro da vítima, apontando o caminhão de Vilmar carregado e pronto para viajar. O caminhoneiro iria partir ontem mesmo para mais uma jornada de trabalho. Estava mandando arrumar o muro, localizado entre um terreno que havia acabado de comprar e a área onde fica a casa de Luís Abel. Vilmar deixou esposa, filhos e netos.

O autor será removido para o xadrez da DP de São José assim que tiver condições de sair do hospital. Ele é gerente de um posto de gasolina.

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