Quarteto é preso por falso sequestro em Borrazópolis

Uma funcionária do Banco do Brasil e o marido dela foram presos por forjar o próprio sequestro e o da família do tesoureiro do banco, para roubar quase R$ 500 mil da agência de Borrazópolis, a cerca de 350 quilômetros de Curitiba.

Segundo a polícia, o crime foi praticado em 2 de março e planejado por Diego Moraes Pedroso, 22 anos, marido de Carolina Motta de Oliveira, 26, que era tesoureira-auxiliar da agência.

Para concretizar o crime, o casal contou com a ajuda do ex-policial militar de Santos (SP) e amigo de Diego, Cleiton Costa Mariano, 25, de Emerson Diniz Gregório, 35, sócio de Diego, e de uma quinta pessoa que não foi detida.

Diego foi feito refém por dois homens quando dirigia seu carro de Borrazópolis para Faxinal, onde tem uma loja de motos. Enquanto ele voltava para a cidade, Carolina e o tesoureiro do banco, que tinham a senha do cofre, foram “sequestrados” na saída da agência, ao meio-dia. “Ele foi a primeira vítima verdadeira do sequestro e ficou refém no mesmo carro que Carolina, o marido e dois comparsas”, disse o delegado do Tigre.

Terror

Carolina foi deixada em casa e os comparsas foram até a residência do tesoureiro, onde renderam a mulher dele e o filho, de 3 anos. A família foi levada para a residência de Diego e Carolina. Enquanto um dos sequestradores ficou com as vítimas, Carolina e o marido voltaram para a agência, juntamente com o tesoureiro.

Segundo o delegado do Tigre, a funcionária sabia que o banco havia sido abastecido com R$ 480 mil e que as câmeras de vigilância não estavam funcionando.

“Como o tempo de espera para a abertura do cofre era de 15 minutos, os eles estipularam que teriam esse tempo para jogar o malote pela janela dos fundos da agência”. Por volta das 13h, o dinheiro foi arremessado para Cleiton.

Duas horas depois, o tesoureiro comunicou o crime ao gerente da agência. Na mesma tarde, Diego foi “libertado” na região de Reserva e chamou a Polícia Militar. Emerson foi contratado para guardar o carro de Cleiton e resgatar Diego.

Divisão

Depois do crime, a bancária, que era concursada há dois anos, e o marido permaneceram em Borrazópolis. Ela continuou trabalhando no banco. A bolada foi partilhada: o casal ficou com R$ 200 mil, Cleiton com R$ 200 mil.

O restante foi dividido entre Emerson e o quinto integrante, que é de Cubatão (SP) e foi contratado pelo ex-PM para manter a família do tesoureiro refém. O ex-PM voltou para Santos, onde pediu dispensa da PM e comprou um apartamento, uma motocicleta e abriu uma lan house. “Durante o crime, Cleiton ainda estava na polícia. Eles imaginavam que tinham arquitetado um crime perfeito”, comentou o delegado Silvio.

A polícia começou a investigar o caso e desconfiou da versão do casal. Em seu primeiro depoimento, Diego afirmou que no dia do crime iria até Londrina buscar um amigo de Santos, que era Cleiton, já apontado como suspeito.

Investigação conjunta

As prisões foram realizadas na quarta-feira, por policiais do grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais), em conjunto com policiais da 17.ª Subdivisão Policial de Apucarana e da delegacia de Marilândia do Sul.

Diego e Carolina foram encontrados em casa. Emerson foi preso na cidade de Faxinal, e Cleiton, em Santos, onde ele já havia mudado de vida com a bolada recebida.

Segundo o delegado Ricardo Teixeira Casanova, da 17.ª SDP, Diego e Cleiton se conheceram em Santos, onde moravam e cursavam Direito. “Diego abandonou a faculdade e Cleiton continuou o curso”, contou o delegado. “Todos, menos Diego, confessaram o crime”, registrou o delegado Silvio Rockembach, do Tigre.

Os quatro foram localizados e presos por força de mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça Criminal de Faxinal. Eles irão responder por extorsão mediante sequestro, qualificado por quadrilha.

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