A Justiça do Paraná condenou Júlio Sílvio Quadros a 28 anos de prisão por homicídio e roubo qualificados. Ele foi julgado em Cambé na sexta-feira, pelo assassinato do policial civil Antônio Pinheiro, em 1990.
O julgamento de Quadros agitou Cambé e terminou às 21h de sexta. De acordo com o promotor Leonildo de Souza Grota, Quadros pegou 18 anos de cadeia pelo assassinato de Pinheiro e mais 10 anos por roubo de armas.
Em 1990, Quadros foi o responsável pela rebelião na delegacia de Cambé. Ele estava preso na cidade por causa de um crime de roubo. Com uma serra que levou para a cadeia escondida num tubo de pasta de dente, Quadros cerrou o ferrolho da porta da cela. Na hora de checar as grades, o policial de plantão foi rendido por Quadros. Ele obrigou o oficial a entregar a arma e as chaves da delegacia.
Dois companheiros de cela auxiliaram no motim: Osmar Gonçalves e Moisés de Moraes. Os três renderam os demais PMs que estavam no local e roubaram suas armas: dois revólveres e um fuzil. Os bandidos ainda tentaram libertar os demais presos da delegacia mas não conseguiram. Na fuga, já do lado de fora da delegacia, se depararam com Pinheiro. De acordo com o promotor, o homicídio foi qualificado porque a vítima foi surpreendida enquanto cuidava da horta. "O policial levou um tiro nas costas, um no peito e vários outros nas mãos e braços", explicou.
Após o término do julgamento, Quadros foi levado para a Casa de Custódia de Londrina (CCL). Segundo o promotor, a transferência dele para o presídio de segurança máxima, em Presidente Wenceslau (SP), deve ocorrer o mais rápido possível, por se tratar de um preso de alta periculosidade.
Quadros, já cumpria pena por crimes praticados na região de Bauru (SP). Ao todo, as condenações que já tinha acumulam 77 anos de cadeia. Com a condenação sofrida em Cambé, Quadros terá em sua ficha policial 105 anos de reclusão. Mas como no Brasil ninguém pode ficar mais de 30 anos na cadeia, a condenação pelo crime ocorrido no Paraná não vai mudar em nada a vida do marginal. Os dois co-autores do crime – Osmar Gonçalves e Moisés de Moraes – continuam foragidos até hoje.