Uma operação desencadeada ontem pela Polícia Federal (PF), para combater a lavagem de dinheiro, prendeu 24 pessoas e apreendeu R$ 5 milhões em dinheiro em todo o País. Também foram apreendidos 25 carros, avaliados em mais de R$ 100 mil cada, jóias e obras de arte. A PF ainda bloqueou três hotéis que eram usados para a lavagem de dinheiro ilegal. Um doleiro paranaense, tido como um dos quatro mentores do esquema, foi preso.
As investigações da operação intitulada de “Lava-Jato” duraram nove meses. Foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades do país. No Paraná, os mandados foram em Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu.
Conforme a PF, os recursos investigados passam de R$ 10 bilhões. A polícia acredita que o esquema tenha quatro mentores. Um deles é o doleiro Alberto Youssef, que mora em Londrina e foi preso em São Luiz (MA). “O doleiro, que já estava envolvido em outros crimes no passado, como sonegação de R$ 33 milhões à Receita Federal, agora estava envolvido em um esquema ainda maior”, explicou o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, coordenador da operação.
A quadrilha toda envolve personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil. Os criminosos faziam a lavagem do dinheiro a partir de empresas de fachada como lavanderias, postos de combustíveis e hotéis. De acordo com a polícia, centenas de contas bancárias no exterior eram utilizadas para a lavagem de dinheiro e foram bloqueadas. “As contas eram utilizadas por um período aproximado de seis meses a um ano e em seguida eram abandonadas, mas identificamos todas e foram bloqueadas. Devem ajudar nas investigações”, explicou o delegado.
Durante as investigações, a PF descobriu também crimes como tráfico internacional de drogas, contrabando de joias, sonegação fiscal e corrupção de agentes públicos. A operação “Lava-jato” foi assim batizada porque um dos grupos fazia uso de uma rede de lavanderias para mascarar o dinheiro do crime.
