Quadrilha de sonegadores enganava juízes

A equipe de investigação da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas descobriu, após analisar documentos apreendidos durante a Operação Medusa 2, desencadeada na última quinta-feira, que a quadrilha enganava alguns juízes para conseguir liminares que mantinham aberta a Sercom Distribuidora de Combustíveis Ltda. De acordo com as apurações, a quadrilha supervalorizava os imóveis oferecidos como garantia do pagamento de impostos.

?Para conseguir a liminar, a quadrilha informava à Justiça e fraudava documentos que supervalorizavam imóveis que serviam como garantia de pagamentos de impostos?, explicou o delegado Marcus Vinicius Michelotto. Segundo ele, a Sercom não respeitava as regras impostas pela Agência Nacional de Petróleo para ser uma distribuidora de combustíveis, por isso a empresa precisava de autorização judicial para funcionar.

A polícia já encontrou 17 blocos de 50 notas fiscais em branco do Posto Torino, situado no trevo entre Cambé e Londrina; além de um contrato de compra e venda de um terreno no município de Presidente Castelo Branco (noroeste do Paraná), no valor de R$ 35 mil. ?Encontramos também duas avaliações do mesmo terreno em Castelo Branco, uma no valor de R$ 1 milhão e outra no valor de R$ 1,3 milhão?, informou o delegado.

Além do terreno no interior do Paraná, foi encontrado também um contrato de compra e venda de um imóvel na Cidade Industrial de Uberlândia (MG) por R$ 90.864,00, acompanhados de avaliação no valor de R$ 2,5 milhões. ?Acreditamos que os imóveis existam, mas está claro que eles enganaram alguns juízes, prometendo que teriam como garantia imóveis acima do valor real, caso não pudessem pagar os impostos?, disse Michelotto.

A Operação Medusa 2 prendeu quatro pessoas acusadas de sustentar um esquema de venda de notas fiscais frias para que distribuidoras e usinas de álcool combustível pudessem sonegar impostos no Paraná e em Santa Catarina.

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