Foto: Fábio Alexandre |
Marginais também são acusados de ter matado uma prostituta. |
Quadrilha acusada de seqüestrar e tentar matar a tiros o filho de um empresário curitibano, no último dia 12 de maio, foi desmantelada na madrugada de ontem, por policiais do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre). Entre os presos está o ex-policial militar de São Paulo Fernando Lourenço Silva, 51 anos, considerado o líder do bando. Também foram detidos Marcelo Brasílio Rosa, 28, Sidnei dos Santos, 33, e Jonatan Nunes de Oliveira, 20. Eles ainda são apontados como autores do assassinato de uma prostituta, que fazia parte da quadrilha e foi morta com o propósito de ?queima de arquivo?.
Para realizar o seqüestro, a quadrilha arquitetou uma aproximação da vítima com a prostituta. ?Ela fez amizade com o rapaz durante algumas semanas. Um dia pediu para que ele a levasse para visitar a avó dela no hospital. No entanto, era uma emboscada e ele foi levado para um cativeiro, em Piraquara?, relatou o delegado do Tigre, Riad Braga Farhat. O local era uma casa na favela do Jardim Holandês, onde três homens armados o aguardavam.
No mesmo dia, os seqüestradores teriam pedido R$ 57 mil à família do rapaz. Porém, no dia seguinte, os criminosos desistiram do seqüestro. ?Acreditamos que eles desistiram porque acharam que a família tinha acionado a polícia?, disse Riad. Com receio de que o rapaz pudesse delatar o bando, já que conhecia a prostituta e um dos seqüestradores, os bandidos decidiram matá-lo.
O filho do empresário foi levado para um matagal, à beira da Estrada das Laranjeiras, em Piraquara, e levou dois tiros à queima-roupa, na cabeça. ?Por milagre, ele sobreviveu. Um projétil transfixiou o crânio e outro ficou alojado no cérebro?, contou Riad. Socorrido por populares, o rapaz foi encaminhado ao Hospital Evangélico, onde, três dias depois, ligou para o Tigre.
Prostituta
Assim que os seqüestradores descobriram que o rapaz não havia morrido, resolveram matar a prostituta. ?Eles sabiam que o seqüestrado a conhecia e a polícia poderia chegar até eles com esta informação?, explicou o delegado. O corpo da mulher, que permanece sem identificação no Instituto Médico-Legal (IML), foi encontrado na madrugada de 16 de maio, num matagal, em Piraquara. De acordo com a polícia, ela seria conhecida como Sofia.
Investigação
Após quase dois meses de investigação, os policiais do Tigre localizaram a quadrilha e prenderam os suspeitos, em Pinhais. A polícia descobriu que Fernando possuiu vários antecedentes por roubo, tráfico de drogas e homicídios, além de já ter se envolvido em seqüestros, no Estado de São Paulo. Marcelo também tem passagens, por roubo e tráfico de drogas. Os quatro foram indiciados por extorsão mediante seqüestro, formação de quadrilha e tentativa de homicídio.