Prova de fogo no Tijucas para alunos do COE

A simulação de um assalto com refém, no 6.º andar do Edifício e Galeria Tijucas, na Boca Maldita, centro de Curitiba, fez com que centenas de pessoas parassem no calçadão para observar o trabalho dos alunos do curso do Comandos e Operações Especiais (COE), da Polícia Militar do Paraná. Treze policiais (sendo dois de Brasília, três do Mato Grosso do Sul e os demais do Paraná), invadiram o prédio descendo de rapel, fortemente armados, após tensa negociação. O exercício teve início às 8h e só foi encerrado por volta do meio-dia. Quem passava desavisado, acreditava ser uma operação real.

Considerado um dos mais difíceis cursos do Brasil, o do COE habilita policiais a integrar a tropa de elite do Batalhão de Polícia de Choque, acionada somente em situações de grande perigo, como seqüestros ou assaltos com reféns, encontro de explosivos, rebeliões em presídios e apoio de ações em locais de difícil acesso, dentre outras. O curso teve início em 17 de abril, com 60 inscritos. Destes, apenas 24 foram aprovados para iniciá-lo. Na primeira semana, dez já haviam desistido. Posteriormente, um policial se feriu durante um exercício (sofreu fratura de vértebra) e precisou ser desligado, restando os 13 que agora estão fazendo as provas finais.

Dureza

Exigidos diuturnamente – eles estão em regime de internato no quartel – os policiais alunos recebem aulas práticas e teóricas de disciplinas voltas às ações táticas. Aprenderam a mergulhar, nadar, subir montanhas, descer de rapel, técnicas de tiros com várias armas, invasão de aeronave (treinada em avião da TAM no Aeroporto Internacional Afonso Pena), invasão de presídio, descida de rapel de um helicóptero, suporte básico de vida, e uma infinidade de outras matérias. Somente os que forem aprovados com média 7 em todas elas (provas escritas e práticas) é que terão direito à formatura.

Ontem, de acordo com o capitão Sampaio, comandante do COE, o exercício no Tijucas serviu para reunir uma boa parte do que já foi aprendido. O ?teatro de operações?, como é chamado um local de risco, foi simulado, mas a avaliação dos alunos foi real. Os instrutores acompanharam atentamente cada detalhe, dando suas notas. Os erros cometidos foram discutidos mais tarde, durante reunião no quartel.

Simulação

O exercício consistia em prender um suposto assaltante, que mantinha um refém em apartamento do sexto andar. Com o codinome de ?Cavernoso?, o criminoso exigia armas, dinheiro, colete à prova de bala e um helicóptero para fugir e soltar o refém, dando prazo para que suas exigências fossem atendidas até às 11h30.

Os alunos dividiram-se em equipes de negociação, grupo tático, tiro de precisão (sniper) e grupo para invasão em ambiente vertical. Como a negociação não surtiu efeito, os demais se mobilizaram para salvar o refém. Desceram de rapel do 10.º andar, invadiram o prédio pelas janelas, entraram no apartamento, dominaram o criminoso e resgataram a pessoa em perigo. Embora soubessem que era fictício, eles não conseguiram evitar a tensão. Qualquer erro poderia significar a reprovação.

À tarde, as provas continuaram em um presídio em Piraquara e hoje, pela manhã, o grupo deverá fazer a descida -também de rapel – da torre da Telepar, nas Mercês, em mais um exercício de coragem e habilidade. A data de encerramento do curso não é revelada pelos instrutores.

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