O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Curitiba, protocolou ontem na 10.º Vara Criminal denúncia por abuso de autoridade e concussão contra o delegado afastado da Delegacia de Homicídios, Stélio Machado, 47 anos, e os investigadores de polícia Paulo Roberto Knupp, 40 anos, Edmilson Polchlopek, 31 anos, e Ademir Pontes.

De acordo com a denúncia, em 20 de fevereiro, os três investigadores de polícia, todos lotados na Delegacia de Homicídios, detiveram sem mandado judicial ou flagrante delito, em uma chácara em São José dos Pinhais, Noboro Kamura Júnior, sua companheira, Marilsa Bauch, e outras duas pessoas identificadas apenas como Luiz e Letícia.

Eles foram encaminhados à Delegacia de Homicídios, sob o pretexto de ter sido encontrado na chácara um jet-ski, sem numeração, e um motor de popa, modelo Yamaha. De acordo com informações obtidas pelo MP, Noboro Kamura Júnior teria se identificado aos policiais como César Kamura, o que foi logo descoberto. Os policiais, então, ameaçaram Kamura e o prenderam em uma cela, buscando intimidá-lo, a fim de obter vantagem econômica. Eles teriam exigido R$ 30 mil para que não fosse lavrado flagrante e que ele não fosse indiciado por suposta receptação.

Os policias teriam liberado Luiz, Letícia e a companheira de Kamura, Marilsa Bauch, para que ela levantasse pelo menos R$ 20 mil. Marilsa, então, teria ido a duas revendedoras de veículos a fim de tentar vender, sem sucesso, seu automóvel modelo Corsa. Ela, então, contatou um advogado, que foi até a Delegacia de Homicídios, onde estavam promotores e policiais da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que acabaram prendendo em flagrante Stélio Machado, Edmilson Polchlopek e Paulo Roberto Knupp. A PIC tomou conhecimento da negociação que estava em curso após uma interceptação telefônica autorizada judicialmente, uma vez que Kamura já vinha sendo monitorado pela PIC de Londrina por suspeita de envolvimento em furtos naquela comarca.

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