O assalto ocorrido na semana passada na agência dos Correios em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), motivou a realização de um protesto ontem pela manhã. Representantes do sindicato da categoria e funcionários pediram mais segurança nos locais de trabalho, que passaram a ser alvo de bandidos depois que os Correios implantaram o Banco Postal. Só neste ano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios no Paraná (Sintcom-PR), 38 agências já foram assaltadas.
O carteiro Vitor Roberto dos Santos, que trabalha em Piraquara, conta que chegou à agência por volta das 17h, e os bandidos aproveitaram para entrar pelos fundos junto com o caminhão que seria carregado com encomendas. “Eles estavam armados e trancaram os onze funcionários que estavam no local no banheiro, depois de recolher o dinheiro”, contou.
Roberval Pereira, que também é carteiro, relatou que chegou a ser empurrado com um revólver apontado para suas costas. “Nessa hora a gente fica sem reação. O trauma é muito grande”, afirmou.
De acordo com o presidente do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos, cerca de cinco mil agências dos Correios em todo o País possuem serviços do Banco Postal, onde é possível abrir contas, fazer saques, pagamentos e aplicações.
No Paraná, das 368 agências que oferecem esses serviços, apenas seis possuem portas giratórias com detector de metais. Santos comentou que por causa de denúncias do sindicato, o Ministério Público entrou com uma ação pedindo a instalação de equipamentos de segurança nas agências.
A mesma indicação é tema de um projeto de lei de tramita na Assembléia Legislativa. “Mas a empresa se nega a instalar esses equipamentos, e isso expõe os funcionários”, falou o sindicalista.
A assessoria de imprensa dos Correios confirmou que apenas seis agências possuem portas giratórias no Paraná, e que esse número não será ampliado. A empresa entende que esse tipo de equipamento não é a única solução para evitar os assaltos.
