Um grupo de moradores e comerciantes da região do Alto da XV, em Curitiba, foi ontem às ruas pedir mais segurança no bairro. Segundo o presidente da Associação de Moradores, Leandro Espínola Araújo, a situação é crítica e vários assaltos têm ocorrido nos últimos meses. Só em uma das lotéricas do bairro foram cinco, em dois meses.
Os comerciantes da região se tornaram alvos fáceis para os marginais. O proprietário da lotérica onde foram realizados os cinco assaltos chegou até a colocar uma cartaz cheio de ironia, pedindo socorro. Nele, abria vagas para atendentes e os requisitos eram: “Ser Governador do Estado, Secretário de Segurança e comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC). O salário deveria ser tratado com os assaltantes “do dia”.
Drama
Mas o problema não se restringe às lotéricas. Quase todo proprietário de estabelecimento comercial tem uma história triste para contar. Norma Regina Bento é dona de uma loja de revistas e fala que nos últimos dois anos o estabelecimento teve quatro “visitas indesejáveis”. Os bandidos sempre chegam armados com revólveres ou facas. “O maior prejuízo são os danos psicológicos. A gente trabalha com medo”, fala. Helen Barbosa é proprietária de uma farmácia e foi assaltada uma vez. “Espero que a mobilização consiga trazer mais segurança para os comerciantes”. Ela lembrou que no ano passado o atendente de lotérica João Carlos Kecher foi baleado e acabou morrendo.
A dona de uma loja no Shopping Cristo Rei, Priscila Mileke, tem reclamações parecidas. Fala que em um ano, quatro lojas foram alvos dos bandidos. Conta que os comerciantes temem pela própria vida, já que os marginais quase sempre estão drogados. “Além disso, afasta os consumidores”, explica. Ester Vidolin trabalha em uma loja de assistência técnica e revela que a rua onde trabalha é caminho dos assaltantes. “Eles roubam e passam por lá. Fico com medo. A gente trabalha sempre com o portão fechado”, fala.
Espínola relata que os comerciantes e moradores já tiveram várias reuniões com o Comando de Policiamento da Capital (CPC) e, após cada encontro, por alguns dias há um aumento de policiais na região, mas depois a situação volta ao que era antes. “Queremos mais policiais nas ruas”, disse. A Tribuna entrou em contanto no fim da tarde de ontem com o CPC, mas naquele momento não havia ninguém disponível para falar sobre o assunto.