Mais um confronto entre estudantes e policiais marcou o novo protesto do Movimento Passe Livre (MPL), ontem, no Alto da Glória, em Curitiba. O saldo foi de dois estudantes feridos (um com o braço quebrado e outro com uma lesão na cabeça); quatro estudantes maiores de idade encaminhados ao 1.º Distrito Policial, no centro; três adolescentes ouvidos na Delegacia do Adolescente e dois policiais feridos.

continua após a publicidade

No início da tarde, os alunos se concentraram na Rua Luiz Leão, ao lado do Colégio Estadual do Paraná (CEP), para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,20, e pedir passe livre aos estudantes.

Minutos depois, a primeira viatura policial chegou ao local. Como houve ameaça de prender alguns dos estudantes, os colegas reagiram e tentaram defendê-los. Os policiais pediram reforços e logo depois chegaram mais três viaturas ao local para dispersar os estudantes.

Segundo um dos manifestantes, o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rômulo Silva, não chegou a ter diálogo entre os policiais e os alunos. “Os policiais já chegaram de forma truculenta, com violência e alguns deles chegaram a sacar a arma de fogo”, relatou o estudante.

continua após a publicidade

Silva contou ainda que os policiais confiscaram duas câmeras de filmagem dos envolvidos na confusão. “Uma delas foi devolvida sem a gravação que foi feita dos atos dos policiais e a outra ainda não apareceu”, afirmou. Os alunos feridos foram encaminhados ao Hospital Cajuru. Um deles é estudante do curso de História da UFPR e a outra faz o ensino médio no CEP.

Como o protesto aconteceu em horário de saída das aulas do CEP, pessoas presentes no protesto disseram que a polícia também agiu em cima de estudantes que apenas saíam do colégio, sem terem participado diretamente da manifestação.

continua após a publicidade

Depois de ouvidos na delegacia, todos os estudantes foram liberados. A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) abriu inquérito policial para apurar os fatos e se houve abuso da força policial. Em nota enviada à reportagem, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que determinou agilidade e rigor na apuração dos fatos.

“A Sesp informa mais uma vez que este governo respeita o direito de manifestação de todos os paranaenses. Toda atitude de repressão e agressão a estes movimentos e seus participantes será punida com rigor”, diz a nota.

Novo protesto

Integrantes do MPL avisam que um novo protesto já está marcado para a próxima quinta-feira, com concentração às 10h na Praça Santos Andrade. Ontem, um protesto similar ao de Curitiba contra o aumento da tarifa também ocorreu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Por lá, a manifestação foi tranquila.