A morte do estudante Isaías dos Santos Ferreira, 16 anos, revoltou familiares e amigos da vítima que fizeram um protesto na tarde de ontem na Rua Delegado Bruno de Almeida, no Campo do Santana. O estudante foi morto com um tiro no peito durante um suposto confronto com policiais militares do 13.º Batalhão, na tarde de terça-feira, após roubo contra uma loja de materiais de construção. Na ocasião, José Carlos de Lima foi preso e autuado em flagrante por roubo.
O irmão do estudante, Isaac Alexandre dos Santos Ferreira, informou que seu irmão nunca teve passagens pela polícia. "Essa história está esquisita. Muitas pessoas viram a PM matar meu irmão", disse.
De acordo com moradores, às 16h30 dois homens assaltaram uma loja de materiais de construção na Rua Delegado Bruno de Almeida e roubaram R$ 3.600,00. A PM foi acionada e fez buscas na região, localizando dois suspeitos: o garoto e José Carlos.
O tenente Wagner Araújo, da Polícia Militar, informou que a prisão foi efetuada por duas viaturas em locais diferentes. "O garoto reagiu e puxou o gatilho. Não houve disparo, porque o revólver dele engasgou", explicou o tenente.
Execução
Isaac disse que foi informado que a vítima do roubo não havia reconhecido Isaías como o assaltante. Posteriormente, moradores lhe procuraram e contaram que seu irmão e José Carlos foram detidos juntos. Os dois estariam no interior da viatura, quando surgiu um rapaz de motocicleta e interceptou o carro. "Foi o homem da motocicleta que atirou", contou um morador, que prefere não se identificar.
O tenente Araújo acredita que, pelo horário, seria difícil ter ocorrido uma execução.
"A vítima reconheceu os dois como sendo assaltantes.
Além disso, temos outras quatro pessoas que foram vítimas dos dois", afirmou o tenente. "Independente de ter ou não vítima, sempre que há um disparo, abrimos procedimento para apurar as circunstâncias", informou Araújo.