A promotora de justiça de Matinhos, Carolina Dias Aidar de Oliveira, denunciou ontem o auxiliar de serviços gerais Juarez Ferreira Pinto, 42 anos, acusando-o de latrocínio (roubo com morte) contra o estudante Osíris Del Corso, 22 anos, e roubo seguido de lesão corporal grave, atentado violento ao pudor e por perigo de contágio de moléstia grave contra a namorada da vítima, Monik Pergorari de Lima, 23.
Ambos foram atacados no Morro do Boi, em Caiobá, na tarde de 31 de janeiro. Treze dias depois, Juarez foi preso, por sua semelhança com o retrato falado feito por Monik, que depois o reconheceu.
Juarez, que sofre de hepatite C e diz estar contaminado com HIV, está recolhido no Complexo Médico Penal, em Piraquara. Ele nega qualquer envolvimento no crime.
Ontem, seus familiares informaram que mandaram confeccionar 2 mil cartazes com o retrato falado do suspeito, que serão distribuídos em Matinhos e arredores, pedindo que a população continue a denunciar o assassino, porque “o monstro ainda está solto e pode fazer novas vítimas”, conforme afirmaram. Eles também oferecerão recompensa a quem der informação que leve ao “verdadeiro criminoso”.
Defesa
A juíza criminal da Comarca de Matinhos analisará a denúncia e dará dez dias para que seja feita a defesa por escrito, para então decidir se instaura a ação penal contra Juarez.
De acordo com o advogado de defesa de Juarez, Nilton Ribeiro, tão logo seja conhecida a decisão da juíza, ele preparará a defesa com base nas contradições do inquérito. “São muitas”, garante, a começar pela tipificação do delito, “que começou como estupro e terminou com latrocínio”.
O defensor também solicitará que novas testemunhas sejam ouvidas e pedirá exames médicos para comprovar que o acusado, em consequência de sua saúde, não teria condições de subir o morro. Ainda deverá contestar a forma como foi feito o reconhecimento do acusado.
Denúncia
A denúncia oferecida pela promotora relata que Juarez abordou Osíris e Monik na trilha do Morro do Boi, armado com revólver e levou o casal até uma gruta, dando voz de assalto e exigindo dinheiro.
Mandou que ambos tirassem os shorts que vestiam e entregassem a ele. No bolso do short dela havia R$ 90,00. Quando mandou que tirassem o resto das roupas, Osíris reagiu, foi baleado e morreu. Monik tentou fugir e levou dois tiros, um nas costas.
À noite, Juarez voltou à gruta e praticou atos libidinosos com Monik, retirando seu biquíni. Nesta ocasião ele portava uma lanterna e cobriu o rosto da jovem com um chapéu. Ela o identificou pela voz, nesta ocasião.
Mais investigação
Não está descartada a possibilidade de a promotora pedir novas diligências à polícia nem de pedir a instauração de novo inquérito, atribuindo falso testemunho à funcionária da empresa em que Juarez trabalhava, que garantiu ter dado R$ 50 a ele, na noite do crime. “Esta testemunha foi coagida e ameaçada na delegacia, porque não disse o que a polícia queria ouvir”, comentou, ontem, o advogado Nilton Ribeiro.