Catanduvas

Promotores e juízes estão na mira do PCC

Dois promotores de Justiça e dois juízes vivem em regime rigoroso de segurança há mais de um mês. O motivo é uma clara ameaça de morte proferida por presos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), e descoberta pela Coordenação-Geral de Informação e Inteligência Penitenciária da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal. As informações vazaram para a imprensa neste final de semana.

Francisco Reinaldo de Lima França (“Químico”), Claudemir Michelletti, Assis de Lima Bento, José Evaldo da Silva (“Paulo Gordo”), Laelson Silva (“Baiano”), José Nadson de Santana Júnior, Luís Antônio de Souza Lima (“Luizão”), Givanildo Rosa de Souza e Rivaldo Manoel da Silva (“Branco do Ouro”), são integrantes do PCC, organização criminosa paulista com ramificações em todo o País.

São considerados traficantes de alta periculosidade e, mesmo presos, ainda comandavam as ações das quadrilhas nas ruas de Maceió (AL), entre homicídios, sequestro e roubo a bancos.

Os nove presos foram transferidos do sistema prisional de Alagoas para o presídio de Catanduvas, no Paraná, em dezembro do ano passado. Já na nova penitenciária, durante um banho de sol, eles teriam relatado detalhes de um plano para matar o juiz Maurício Cesar Breda e a juíza Ana Raquel Gama, da 17.ª Vara Criminal de Maceió, além dos promotores Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e Cyro Blatter, da Promotoria de Execuções Penais.

“O nosso secretário de segurança entrou em contato com o serviço de inteligência do Serviço Penitenciário Federal e informou que as ameaças, em uma escala de um a cinco, eram de nível quatro, ou seja, havia alta probabilidade que o crime realmente fosse executado. As vítimas foram mencionadas taxativamente”, revela o procurador geral do Ministério Público de Alagoas, Eduardo Tavares.

As conversas foram ouvidas por agentes carcerários, chegaram aos órgãos de segurança e foram confirmadas por um preso, que decidiu ajudar porque foi beneficiado antes do plano de morte com uma transferência por um dos promotores que foram ameaçados.

Desde então, as vítimas do plano do PCC são acompanhadas por forte aparato de segurança, em local sigiloso. O Ministério Público alagoano solicitou a separação dos presos, para evitar novos contatos. “Acredito que os problemas estão em vias de ser resolvidos. As medidas de segurança já foram tomadas”, ressalta o procurador.

Os juízes e promotores ameaçados foram responsáveis por decisões que atrapalharam a ação da organização criminosa. “Eles queriam vingança por conta da prisão, da atuação firme do Gecoc e da Vara contra o crime organizado, e tinham interesse em eliminar quem pudesse mandar prender os comparsas que ainda estavam soltos”, explica Tavares.

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