Um mês depois de tentar impedir o assalto a uma oficina mecânica do Contorno Leste (BR-376), em São José dos Pinhais, e uma semana antes de largar o emprego, o vigia David João, 62 anos, foi assassinado, na madrugada de ontem.

continua após a publicidade

Os marginais tinham ameaçado voltar para matá-lo. O dono da oficina, Marcos Antônio Domingues, disse que por volta de 7h30 um cliente foi deixar o caminhão no conserto e viu David caído no chão.

O vigia foi morto com dois tiros, no pescoço e na cabeça. Marcos contou que David fazia a segurança da oficina há cinco meses e não andava armado. “Ele era religioso e não queria usa arma porque era contra seus princípios”, disse.

Assalto

continua após a publicidade

Marcos acredita que os assassinos de David foram os mesmos bandidos que assaltaram a oficina na madrugada de 23 de abril. No boletim de ocorrência, o vigia conta que foi abordado por dois homens armados, por volta de 1h20.

Um deles era branco e magro, tinha cerca de 1,60 metro, piercing na boca e estava de touca. O comparsa era moreno, usava boné e tinha olhos castanhos, 1,70 metro e cerca de 80 quilos. Outros dois marginais teriam ficado numa caminhonete dando cobertura.

continua após a publicidade

A versão do dono da mecânica é que o vigia teria entrado em luta corporal com os assaltantes, mas eles fugiram levando tacógrafos, aparelhos de CD, caixas de ferramentas, computador e equipamentos de informática, além de uma máquina de cartão de crédito e talões de cheque, causando prejuízo de cerca de R$ 30 mil. A instalação de câmeras de segurança não foi concluída.

Retorno

Apavorado com a ameaça, David pediu as contas e deixaria o trabalho daqui a uma semana. Segundo seu sobrinho, a ideia do tio era voltar com a família para Joaquim Távora, onde negociava uma chácara.

O soldado Holflinger, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, contou que um cachorro pitbull estava solto na oficina. Marcos acredita que os marginais eram pessoas conhecidas ou atiraram de fora da oficina.

Investigadores da delegacia de São José dos Pinhais acreditam ser pouco provável a hipótese de latrocínio (roubo com morte), pois aparentemente nada foi roubado.