Encarar as consequências provocadas pelo consumo de drogas como um problema de saúde pública, aliando medidas de prevenção com serviços de atendimento e recuperação de dependentes químicos: essa estratégia tem ganhado força em Curitiba. Desde o começo de julho, o Departamento de Políticas sobre Drogas está definitivamente instalado na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e já trabalha em conjunto com o setor de Saúde Mental para que políticas públicas para a área tenham olhares a partir de diferentes ângulos.

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“Desde 2013, a atual gestão encara a questão das drogas sob a perspectiva da assistência social e da saúde, entendendo os usuários como uma população vulnerável e com baixo acesso, por diversos motivos, aos dispositivos públicos”, afirma o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda. Diante disso, explica o secretário, existe a necessidade de os gestores pensarem e executarem ações e políticas que reflitam diretamente na prevenção dos problemas decorrentes do consumo de drogas e no atendimento e recuperação de pessoas que encontram-se em situação de vulnerabilidade.

A Secretaria Municipal da Saúde desenvolve regularmente ações de prevenção ao uso de drogas a partir de programas como o #tamojunto e o ônibus Intervidas, além de ações assistenciais nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), nas unidades básicas de saúde e em hospitais conveniados. Nessa linha, o Departamento de Políticas sobre Drogas – que antes era vinculado à Secretaria Municipal de Defesa Social – promove ações de capacitação, promoção e interlocução com outras pastas.

Para o diretor do departamento, Diogo Busse, olhar as ações de prevenção aos problemas relacionados ao uso de drogas pelo viés da saúde é um avanço e vai ao encontro do que é discutido pela comunidade científica em todo o mundo. Busse reforça a necessidade de enxergar o usuário de drogas como um cidadão que precisa e tem direito a atendimento médico e acesso a outros serviços públicos.

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Segundo Busse, os problemas relacionados ao uso de drogas e à violência também se combatem com cultura, saúde, esporte e educação. “Dentre todos os desafios, o primeiro e mais importante a ser superado está relacionado à questão cultural. Nada causa tantos prejuízos a uma pessoa que vive problemas com as drogas do que o julgamento moral que se faz dela por esse ato”, afirma Busse. “A vinda para a Secretaria da Saúde qualificou o departamento e traz melhorias para a dinâmica dos trabalhos e melhores perspectivas”, completa.

Trabalho

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Entre as ações desenvolvidas pelo Departamento de Políticas sobre Drogas está a capacitação, desde 2013, de mais de 2 mil pessoas sobre os problemas da drogadição, além de cerca de mil profissionais da saúde que trabalham diretamente com esse público e aproximadamente 450 educadores que atuam com crianças e adolescentes matriculados entre o 6º e o 9º anos do ensino fundamental.

Também há envolvimento da equipe nas ações do projeto Intervidas, que visa a criação de vínculo e o atendimento de usuários de drogas que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade, e na formação de jovens em cursos de webdesign e tratamento de imagem a partir do projeto Poty. Busse ressalta ainda as parcerias feitas com universidades, iniciativas privadas e sociedade civil organizada, como a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Universidade Positivo, Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), ONG Transforme Sorrisos e Narcóticos Anônimos.

Estima-se que Curitiba tenha hoje cerca de 150 mil usuários de álcool e drogas. Os dependentes químicos que aceitam o tr,atamento oferecido pela Prefeitura Municipal são atendidos pela rede de saúde e vinculados a uma rede de cuidados intersetoriais que engloba também projetos desenvolvidos pela Fundação de Ação Social (FAS) e por outras secretarias, como Esporte, Cultura, Trabalho, entre outras.