A professora Sílvia Regin da Silva, 42 anos, foi executada com cinco tiros na frente de seus alunos do ensino fundamental, no pátio da Escola Municipal Antônio Prado, em Almirante Tamandaré.

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Sílvia dava aula de Educação Física para oito crianças da 4.ª série, quando foi baleada. O assassinato aconteceu no final da manhã de ontem, na Rua Professor Alberto Piekas, na Vila Prado.

A primeira suspeita é de crime passional, já que a professora havia se separado há algumas semanas e o relacionamento era conturbado. Funcionários do colégio comentaram que, durante a manhã, Sílvia conversou com alguém pelo telefone e ambos combinaram de se encontrar.

“Nós a ouvimos dizer que, até 11h30, a pessoa podia ir lá”, contou uma professora. Por causa disso, antes de iniciar a última aula do dia – de Educação Física, ao ar livre no pátio – Sílvia abriu o portão da escola, que costuma ficar trancado.

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Motocicleta

Pouco antes daquele horário, dois rapazes chegaram ao colégio, em uma motocicleta azul, de acordo com vizinhos. Um deles, de capacete amarelo, entrou pelo portão aberto e perguntou pela professora Sílvia. Uma funcionária, sabendo que a colega esperava alguém, informou que ela dava aula no pátio.

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“Era um indivíduo jovem, que aparentava estar bem tranqüilo. Até tirou o capacete e bebeu um pouco de água antes de procurar pela Sílvia”, relatou a mulher.

O desconhecido encontrou a professora no pátio, rodeada de oito alunos da 4.ª série. Testemunhas contaram que ele se aproximou da vítima e perguntou se ela era a Sílvia.

Quando recebeu a resposta afirmativa, o homem sacou uma arma e a descarregou na professora, à queima-roupa. Cinco tiros acertaram a mulher, na cabeça e na barriga, para desespero das crianças, que presenciaram a execução. Enquanto o assassino subia na moto e fugia, o Siate foi chamado, mas não houve tempo de evitar a morte.

Ex-marido no local do crime

Em meio ao clima de tristeza, comentários referentes à vida de Sílvia começaram a surgir no local do crime. O principal assunto era a relação conturbada que a professora mantinha com o ex-marido. O casal estava junto há bastante tempo e tem três filhas. Porém, recentemente, os dois se separaram, em função das brigas que vinham tendo.

Uma amiga da vítima, que prefere não se identificar, disse que há cerca de três semanas, Sílvia deixou a casa onde morava com o marido e se mudou com as filhas. Algumas pessoas contaram que o homem vinha ameaçando a professora e teria chegado a agredi-la.

Indícios

O superintendente da delegacia de Almirante Tamandaré, Marcos Furtado, afirmou que há fortes indícios que o marido seja o mandante da execução, porém, ainda são apenas suspeitas.

“Tudo leva a crer que ele é o responsável pela morte. Além das acusações de ameaça e agressão, ele foi visto na casa de Sílvia, na noite anterior ao crime. As informações são de que ele chamou a mulher para fora e havia um motoqueiro junto com ele”, contou o policial.

No final da manhã de ontem, o ex-marido da vítima compareceu ao local do crime. Ficou no colégio por alguns minutos, mas em nenhum momento se aproximou do corpo. Conversou com alguém pelo telefone e foi embora, sem ser abordado pela polícia.

“Naquele momento, ainda não tínhamos informações concretas que o relacionassem ao crime”, justificou Furtado. Nos próximos dias, ele deverá ser intimado a comparecer na delegacia para prestar depoimento. O crime também é investigado pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). (MV)

Desespero toma conta das crianças

Na manhã de ontem, cerca de 20 alunos estavam na escola, além dos funcionários e profes,sores. Pouco tempo depois da confirmação da morte, as crianças foram retiradas do local, bastante abaladas, e muitas delas choravam desesperadas. Em volta do corpo, as professoras pareciam incrédulas. “Estamos estarrecidas”, disse uma delas.

O secretário de de Almirante Tamandaré, Romildo de Brito, lamentou o ocorrido. “Era uma professora exemplar”, lembrou. Sílvia lecionava no colégio há dois anos. Romildo ressaltou que as aulas, que seriam encerradas no próximo dia 18, foram canceladas e os alunos só retornarão no ano que vem. Freqüentam a escola 52 crianças.