Procurador despenca de carro na Serra do Mar

Desaparecido desde terça-feira da semana passada, Oswaldo Ferreira de Siqueira Neto, 31 anos, procurador de Justiça do município de Pontal do Paraná, foi encontrado morto no início da manhã de ontem. O corpo estava caído na Serra do Mar, em adiantado estado de decomposição, a cerca de 100 metros abaixo da BR-277. Mais adiante, a 80 metros, no meio do mato após um corredor de pedras, estava o carro do procurador, o Pálio Weekend Adventure placas BCN-0458, inteiramente destruído. O ponto exato da provável saída de pista do veículo foi uma curva acentuada do quilômetro 41 da rodovia, cerca de 800 metros antes do Viaduto dos Padres, na pista sentido Curitiba.

Dentre as várias hipóteses aventadas para a morte, a de acidente é a mais forte levantada pela polícia e pelo Instituto de Criminalística.

O delegado José Antônio Zuba de Oliva, da delegacia de Paranaguá, que dava apoio ao delegado de Pontal do Paraná, explicou que as investigações sobre o desaparecimento estão encerradas. Agora será aberto inquérito pela delegacia de Morretes – localidade onde ocorreu a saída de pista – para apurar o acidente. Apesar de não terem sido encontradas marcas de freio no asfalto, haviam marcas de derrapagem na saída de terra ao lado da pista asfaltada, no trajeto que o carro fez quando, provavelmente, saiu da rodovia.

Exames complementares no IML de Curitiba mostrarão se o procurador foi vítima de mal súbito e também há quanto tempo o corpo estava no local, para ver se coincide com a data do desaparecimento. Ele foi visto, pela última vez, saindo às 14h do dia 16 da Prefeitura de Pontal do Paraná, não comunicou a ninguém que iria viajar.

De acordo com o perito Guilherme Rodebard, do Instituto de Criminalística de Paranaguá, o procurador possuía escoriações e um traumatismo de face, provocados, provavelmente, ao bater nas pedras. O veículo foi soltando destroços pelo caminho, chegando bastante avariado no final da ribanceira. ?Tudo indica que ele não estivesse usando o cinto de segurança, pois o corpo foi ejetado para fora do carro?, supôs o perito. ?Talvez se estivesse usando cinto pudesse ter se salvado, pois o local onde fica o motorista estava inteiro?, conclui o delegado. Os laudos periciais do local e do corpo devem ficar pronto em 30 dias.

Zuba ainda mostrou que a presença dos policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) ao local, foi uma determinação da Secretaria de Segurança Pública, para dar apoio no resgate do corpo, por se tratar de um procurador. Também estiveram no local diversas viaturas da Polícia Rodoviária Federal, da Ecovia -concessionária que administra a rodovia, carros de resgate médico, da Polícia Civil e dos institutos Médico-Legal e de Criminalística de Curitiba e de Paranaguá.

Procura

Zuba explicou que desde o desaparecimento a polícia estava em diligências atrás do procurador. No dia anterior investigadores haviam passado por aquele mesmo local, margeando a rodovia e parando em diversos pontos da estrada para observar as ribanceiras. Porém por causa da neblina, não foi possível enxergar nem metade da descida.

?Na verdade, ontem nós não tínhamos a informação de que ele estaria aqui. Passamos apenas procurando. Hoje, por exemplo, tínhamos iniciado buscas em hotéis e pousadas de Antonina, para averiguar se ele tinha passado por lá, quando recebemos a notícia de que ele foi encontrado aqui na serra?, disse Zuba, que acabou por quebrar o braço na descida da ribanceira. Outro investigador do Cope também se machucou, rolando alguns metros.

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