Processo mal feito livra réu da prisão

Depois de passar um ano e nove meses preso, acusado de um homicídio ocorrido em 20 de junho de 2008, em São José dos Pinhais, Bruno César Matias, 19 anos, ganhou o direito à liberdade provisória, ontem, quando estava sentado no banco dos réus, no Fórum de São José dos Pinhais.

Numa atitude inusitada, a promotora e os jurados pediram que o processo retorne à delegacia para novas diligências, pois do jeito que estava, ficava impossível levar o julgamento adiante.

O defensor de Bruno, Matheus de Almeida, apontou todas as falhas existentes no processo (inclusive na forma com que foi feito o reconhecimento do acusado), mostrando que não havia nenhuma prova material, além de um reconhecimento feito fora dos moldes exigidos pela lei.

Ao usar seu tempo para a acusação, em nome da verdade real, a promotora Márcia Graf pediu que novas diligências fossem feitas, bem como novos interrogatórios e novo reconhecimento.

Os jurados também pediram a palavra e buscaram esclarecimentos junto aos policiais que efetuaram a prisão e que eram testemunhas. Não ficaram satisfeitos com as explicações e reforçaram o pedido de que as diligências fossem refeitas.

O defensor requereu então à juíza Luciane Regina Martins de Paula que o réu aguardasse os resultados em liberdade, e ela concordou. “Já fiz 85 júris na minha vida profissional, mas o desfecho deste foi inédito”, comentou Matheus Almeida, que foi nomeado pelo Estado para defender Bruno.

O crime aconteceu no Jardim Carmem, Planta São Marcos, sendo vítima Carlos Eduardo Palma Fernandes, 28, que supostamente foi morto em lugar do irmão, Rodolfo Fernandes, também acusado de homicídio.

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