Processo de Carli Filho segue sem ouvir testemunhas

O processo que trata do acidente em que se envolveu o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi retomado mesmo sem o depoimento de duas testemunhas de defesa que estavam faltando.

A decisão foi do juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar. O caso estava parado desde 10 de agosto, quando Carli Filho foi interrogado no Tribunal do Júri. A partir de então, as duas testemunhas (de São Paulo) começaram a ser intimadas.

Com a decisão judicial, as partes (defesa, acusação e Ministério Público) têm cinco dias, cada, para se pronunciar. Somente depois disso é que o juiz decidirá se Carli Filho irá a júri popular ou não.

Acidente

O acidente ocorreu no dia 7 de maio do ano passado, no bairro Mossunguê, matando dois jovens: Gilmar de Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo Almeida, de 20. Carli Filho foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de matar).

Exames deram conta de que ele dirigia embriagado quando ocorreu o acidente. O despacho do juiz do Tribunal do Júri relata que “a defesa (do ex-deputado) foi intimada duas vezes para justificar a necessidade da oitiva das testemunhas residentes em outros estados da federação, tendo afirmado, sem tecer maiores considerações, que “as testemunhas arroladas são essenciais ao contraditório”.

Porém, essas duas testemunhas foram intimadas em São Paulo (uma delas foi chamada duas vezes, inclusive) e seriam ouvidas por carta precatória, mas não foram encontradas.

Se o MP ficar com o processo a partir do dia 13 de setembro, provavelmente a decisão se Carli Filho vai ou não a júri popular só deve sair depois das eleições, como avaliou o advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, que acredita no júri popular.

“Entendo que, por tudo o que consta do processo, ele será pronunciado e remetido para julgamento pelo Tribunal do Júri, como todo cidadão em igual situação jurídica”, afirmou o advogado.