As obras vão consumir R$ 8 milhões. O terreno e os recursos são do governo estadual. Segundo o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Aldo Parzianello, o local vai abrigar presos que ainda não foram condenados e estão em julgamento. Hoje existe no sistema um excedente de 2 mil pessoas. A abertura de novas vagas vai aliviar a situação. Só na cadeia de São José estão 120 detentos, local em que cabem apenas 25 internos. Como resultado, as fugas são constantes. “A população quer que os presos sejam retirados dali”, diz.
Parzianello destaca que o novo presídio será de segurança máxima e que os moradores da região podem ficar tranqüilos. Ele cita ainda a experiência na cidade de Londrina, onde houve redução da criminalidade depois da instalação de um centro de detenção. “Haverá mais policiamento na região. Quando o Estado ocupa o seu lugar, o crime se retira”, afirma o secretário.
Meio ambiente
Os vereadores da cidade, no entanto, querem mais tempo para discutir o assunto. Eles suspenderam por 60 dias a votação do projeto de lei que traz mudanças na lei de zoneamento da cidade, permitindo a construção do centro. Segundo o presidente da Câmara, Cezar Franco (PP), a área possui um ecossistema delicado e precisa de muitos cuidados. Até o governo do Estado e a Prefeitura negaram pedido de instalação de fábricas no local. Agora eles querem discutir a situação com a população e o Ministério Público. Outro problema seria a desvalorização dos imóveis e também a imagem da cidade, que afastaria novos empreendimentos.
Já o deputado estadual Francisco Büher (PSDB), que participou ontem das discussões na Câmara Municipal, é favorável à construção da prisão. Segundo ele, vai aumentar o efetivo de policiais na cidade e também a estrutura judiciária. “Como a situação está, não pode ficar”, afirma.
População
A construção do Centro também divide os moradores. Ricardo José Machado, 23 anos, aprova. Para ele, a medida vai evitar a fuga de presos na delegacia do centro da cidade e, quem sabe, até diminuir o número de assaltos. Ele é cobrador de ônibus e foi vítima de um na semana passada.
Já Lúcia Moro, 40 anos, entende que é preciso construir mais unidades, “mas não aqui”. O comerciante Emerson Krul, 44 anos, também é contra. Acha que viver na cidade vai ficar mais perigoso. “Uma hora ou outra, alguma coisa vai acontecer”, diz.
O centro vai se somar a Penitenciária Provisória de Curitiba, localizada no Ahu, com capacidade para 850 presos e a Casa de Custódia, na Cidade Industrial de Curitiba, com 500 internos. Depois de concluído o processo de licitação, a empresa terá prazo de cinco meses para terminar a obra. A previsão é que até o fim do ano o Centro já esteja funcionando.