O Tribunal de Justiça do Paraná acatou pedido do Ministério Público e decretou, na noite de sexta-feira, a prisão preventiva do prefeito de Rio Branco do Sul, Bento Chimelli. O relator do documento foi o desembargador Kfuri Neto. Entre os termos do pedido, o MP cita receptação de armas de fogo e uso da máquina administrativa. O advogado do prefeito, Cláudio Dalledone Neto deverá entrar hoje com um recurso contra o pedido.
O processo envolvendo o prefeito veio à tona na quinta-feira (12), quando o Ministério Público do Paraná, com o apoio de Polícia Militar, cumpriu mandado de busca e apreensão na empresa Cal Chimelli, de propriedade do prefeito. No local, foram encontrados dez veículos, peças e dezoito armas de fogo, inclusive de uso restrito. Alguns veículos estavam sem placas e com o chassi adulterado.
A operação de busca e apreensão foi requerida pela Promotoria de Justiça da Comarca de Rio Branco do Sul, que havia recebido denúncias de que o prefeito vinha utilizando funcionários e veículos da prefeitura em benefício próprio. Os veículos estariam sendo usados na empresa de Chimelli, que fica em Almirante Tamandaré, e teriam peças retiradas e colocadas em outros veículos pertencentes ao prefeito. Durante a operação, Chimelli só não foi preso em flagrante porque deixou o local antes que a polícia pudesse encontrá-lo.
Arsenal
Em uma casa que fica dentro do terreno da empresa foram encontradas 18 armas de fogo, entre elas escopetas, submetralhadora, pistolas, silenciador, revólver com a numeração raspada, 27 pinos para marcar chassis, mais de cinco mil projéteis de munição de todos os calibres, maços de notas de real, além de processos originais nos quais o prefeito era parte, o que configura crime de subtração ou inutilização de livro ou documento. Além disso, foi encontrado um veículo Volkswagen (Fusca) blindado, com abertura nas portas, compatível às existentes em carro forte para utilização de armas.
O advogado do prefeito, afirmou, na tarde de sábado que ainda não havia recebido cópia do decreto da prisão preventiva, mas estaria preparando o pedido de revogação que será apresentado hoje. Dalledone disse que não existem argumentos sólidos que possam sustentar o pedido, e que tudo não passa de um movimento político para prejudicar seu cliente. O advogado garantiu que Chimelli se encontra sob cuidados médicos em função de problemas no coração, mas não estaria internado em hospital.