A prisão da quadrilha suspeita de explodir caixas eletrônicos em Curitiba e região, no começo do mês, não conteve ataques às agências bancárias. Para o delegado titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Luiz Alberto Cartaxo Moura, a continuidade das explosões está relacionada à sensação de impunidade.
Dos sete policiais que estavam entre os 18 detidos pelo esquema em 7 de novembro, seis foram liberados na terça-feira da semana passada. O Ministério Público e o Poder Judiciário não aceitaram o pedido de conversão da prisão temporária em preventiva, e entenderam que apenas o afastamento da função pública era suficiente.
Se,gundo Cartaxo, como foram identificados dois outros suspeitos de integrar a quadrilha, será solicitada a detenção deles e também será feito novo pedido de prisão de todos os envolvidos. Quatro suspeitos ainda estão foragidos. “Queremos que os policiais militares retornem, para que sejam julgados presos”, afirmou. O delegado acredita que eles representam risco à ordem pública, pois podem cometer novamente crimes dessa natureza e coagir testemunhas.
Questionado se os três últimos ataques a caixas eletrônicos – em Balsa Nova, Araucária e no Umbará – que aconteceram após a libertação dos policiais, seriam mais uma ação da quadrilha, Cartaxo disse acreditar que não houve tempo hábil para que eles se reorganizassem.
300
Por volta das 4h20 de ontem, para invadir o supermercado Condor, na Rua Nicola Pellanda, Pinheirinho, bandidos retiraram um dos vidros da fachada, perto dos caixas eletrônicos e explodiram o terminal da Caixa Econômica Federal. De acordo com testemunhas, parte da quadrilha chegou em uma caminhonete Ranger preta, enquanto o restante dava cobertura em um Fox. A polícia acredita que a quadrilha é formada por pelo menos cinco indivíduos.
Segundo Cartaxo, mas, desde o começo do ano, foram mais de 300 ataques a caixas eletrônicos em todo o Estado. Desde abril, 37 pessoas foram presas pelo Cope pelo crime. Ele ressaltou a necessidade dos bancos reforçarem os dispositivos de segurança de proteção dos caixas. “Caixas eletrônicos hoje são uma necessidade, não tem como retroceder. É preciso que eles sejam protegidos”.
Armas
Na tarde de ontem, foram apresentadas armas de grosso calibre, explosivos, máquina para cortar e isolador (utilizado para abafar o som da explosão) apreendidos na casa de Celso da Silva Santos. Ele foi detido também dia 7, quando, segundo a polícia, voltava de Ponta Grossa, onde teria assaltado uma loja do Magazine Luiza.