A juíza de Piraquara ainda não decretou a prisão preventiva de Juarez Pedreiros Mascarenhas, 39 anos, acusado de dizimar uma família em Piraquara e seqüestrar a sobrevivente da chacina, uma criança de apenas um ano e meio.
"Aguardamos a decretação da preventiva para poder recapturar esse homem", afirmou o delegado Hertel Rehbein, titular da delegacia local.
Ele solicitou a decretação da prisão no último dia 7 e o Ministério Público deu parecer favorável no mesmo dia. Juarez já possui dois mandados de prisão pela Justiça de Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná, onde, em 1992, matou um peixeiro. Em seguida, teria bebido o sangue da vítima e pintado as paredes da casa dela com o mesmo líquido.
Chacina
Em fevereiro deste ano, Iran Joaquim da Silva, 61 anos, a mulher dele, Joana de Pádua Melo, 37, e as filhas da mulher Angélica de Pádua Mello, 7, e Emanuele de Pádua Melo, 3, desapareceram do Jardim Holândes, onde moravam. Juarez ficou com a filha mais nova do casal, Michele, de apenas um ano e seis meses. Para despistar os vizinhos, começou a espalhar que a família havia mudado para o Paraguai e deixado a criança. Dias depois, mandou que sua mulher e seus três filhos viessem para Piraquara. No início, ela se negou a obedecer a ordem, mas acabou cedendo após ele ameaçar matar toda a família.
O delegado Hertel disse que ela desconfiou dos dois montes de terra preta no quintal, um em frente à casa e outro ao lado e perguntou para o marido o que pretendia fazer com a terra. A indagação irritou Juarez, que chegou a brigar com os próprios filhos, porque brincavam na terra.
Em maio deste ano, Renato Quebec, conhecido como "Scooby-doo", 27, foi assassinado. As investigações apontaram que Juarez seria o autor e o delegado foi até a casa do tio do acusado. Estranhando a terra preta na moradia, ele resolveu fazer buscas e localizou os quatro corpos, já em adiantado estado de decomposição.