A prisão de um arquiteto, acusado de pedofilia, foi o assunto que dominou as rodas de conversa dos moradores de Colombo.
O choque foi tamanho, que as pessoas não acreditavam que o homem, de personalidade aparentemente afável, fosse capaz de cometer tamanha perversão. O arquiteto, acusado de abusar sexualmente de dois adolescentes, continua detido na delegacia da cidade, enquanto três advogados tentam reverter a decretação da prisão temporária.
O homem, de 43 anos, mora no centro da cidade, com a mãe. Bastante conhecido, tanto pela qualidade de seus trabalhos quanto pela simpatia e solidariedade – segundo os moradores, ele sempre comprava remédios e alimentação para pessoas carentes -, eram poucos os que acreditavam na acusação que pesa contra ele. ?Moro em Colombo há 13 anos e o conheço desde então, pois trabalhamos juntos.
Não acredito que ele seja um pedófilo, pois nunca incomodou ninguém. Acho que os menores querem justificar o que fizeram?, defendeu o amigo do arquiteto Moacir Souza de Melo, 44.
A notícia de que o homem estava preso, divulgada ontem pela Tribuna, se espalhou rapidamente e os jornais se esgotaram das bancas. ?Assim que eu abri, vendi 150 jornais em pouco mais de uma hora?, contou o funcionário do estabelecimento.
Pedofilia
O delegado do município, Artur Luiz Zanon, continua investigando a fundo as acusações sobre pedofilia.
Na tarde de ontem, ele ouviu o irmão mais velho dos adolescentes e a mãe deles. Bastante abalados, mãe e filho disseram apenas que não imaginavam que o arquiteto fosse capaz de abusar dos meninos. ?Quem vê cara não vê coração. Pensei que com ele meus filhos estariam bem, pois a mãe do rapaz adorava os meninos?, disse a mulher.
Para um dos advogados do arquiteto, José Cláudio Siqueira, as acusações são infundadas.
?É uma acusação leviana e ele será inocentado?, garantiu.
Irmãos justificam estupros com o abuso sexual
Os irmãos, de 13 e 17 anos, foram presos na última segunda-feira, depois de serem reconhecidos por seis mulheres, que garantiram terem sido estupradas por eles. Armados, eles as rendiam e as obrigavam a subir em uma moto, e depois as atacavam em lugares ermos de Almirante Tamandaré e Colombo. Eles são suspeitos de terem atacado mais de dez mulheres.
Levados à delegacia, eles confessaram os crimes e alegaram que os cometeram como forma de provar sua masculinidade, uma vez que foram, durante anos, violentados sexualmente pelo arquiteto. Ontem, a mãe dos menores disse que o mais novo, de 13 anos, morava com o acusado desde os 12.