Primeira preocupação de Beira-Mar: visitas íntimas

Uma das primeiras preocupações do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ao chegar quarta-feira à Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Estado, foi saber quando poderá ter visitas íntimas. A informação é de um policial federal que participou das atividades de transferência do preso, o primeiro a ocupar o presídio de segurança máxima inaugurado no dia 23 de junho.

Por enquanto, o preso ainda está passando pelo processo de classificação. Nessa etapa estão sendo feitos exames médicos, odontológicos, psicológicos, jurídicos e sociais. Somente depois disso é que ele poderá começar a receber visitas, o que, segundo o Ministério da Justiça (MJ), deve levar em torno de 15 a 20 dias. O traficante ocupa uma cela comum em Catanduvas, mas a unidade também possui celas para presos que cumprem o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com regras mais rígidas, que impedem visitas desse tipo.

A penitenciária tem 208 celas individuais e 12 destinadas aos encontros íntimos. Esse pode ser o momento que Beira-Mar espera para passar uma informação confidencial, já que as outras visitas terão sempre monitoramento de agentes penitenciários. A visita íntima é um direito garantido por resolução do Conselho Nacional de Política Criminal Penitenciária.

Mas a autorização parte da direção do presídio. Em Catanduvas já foi definido que qualquer visita deverá ser precedida de um cadastro. O serviço de inteligência fará um levantamento sobre a vida do visitante e consultará o preso para ver se conhece e quer recebê-lo.

De acordo com o policial federal, Beira-Mar, que agora ostenta um uniforme azul, não teve qualquer atitude agressiva ou de descontentamento com o presídio. ?Tratava todo mundo de senhor?, disse.

Próximos hóspedes

O governo federal já tem uma lista de quase 150 criminosos espalhados pelo País, que podem ser transferidos para Catanduvas. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) montou uma logística para fazer a transferência dos detentos. Eles serão retirados dos estados nos próximos dois meses em sigilo. Até ontem, o órgão já havia recebido pedidos de outros dez estados para transferência de cerca de 100 presos problemáticos. São Paulo pediu para elevar sua cota de 40 para 45 detentos, mas ainda não formalizou por escrito. Marcos Camacho, o Marcola, principal dirigente do Primeiro Comando da Capital (PCC), deverá estar entre eles.

Os nomes, tantos dos presos como dos estados, além dos detalhes sobre as transferências, todavia, são mantidos em sigilo por razões de segurança. ?Tratando-se de criminosos desse porte, é temerário divulgar qualquer informação?, explicou o diretor do Depen, Maurício Kuehne.

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