A estrada que dá acesso ao município de Catanduvas, oeste do Estado – onde está localizado o presídio de segurança máxima que hospeda alguns dos presos mais perigosos do País, como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco – deve ser a primeira do Brasil a ganhar uma cabine blindada da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A unidade já está em obras e fica no trevo entre a BR-277 e a PR-471, que leva à penitenciária. De acordo com a PRF, o objetivo é dar apoio operacional ao policiamento local.
O módulo onde ficará instalada a cabine terá 250 metros quadrados de área construída e localiza-se no quilômetro 549 da BR-277, a 13 quilômetros do presídio. Está sendo financiado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) a um custo aproximado de R$ 339 mil e será estruturado em dois prédios, onde ficarão abrigados o setor administrativo, alojamentos e um observatório. ?A finalidade é dar apoio ao presídio. No caso de problemas, podemos segurar o fluxo de veículos?, explica o chefe do núcleo de Comunicação da PRF no Paraná, Marcelo Furtado. Dentro da unidade trabalharão seis ou sete policiais. A previsão é que o novo posto seja entregue até dezembro.
Furtado explica que, apesar de Catanduvas ter sido eleita para sediar a primeira cabine do tipo no País, há uma tendência que, daqui para frente, as próximas a serem construídas tenham a mesma característica. ?Mas ali é especialmente importante porque os presos de maior periculosidade do Brasil estão em Catanduvas, daí o receio de que o posto seja invadido ou atacado?, justifica, destacando a posição estratégica da unidade atualmente, o posto mais próximo fica a 30 quilômetros de distância. Além disso, serão instaladas câmeras de segurança ao longo da PR-471 no trecho entre o trevo e a penitenciária federal.
A nova unidade, no entanto, não supre as expectativas da população local, que desde a inauguração do presídio, há cerca de um ano, aguarda investimentos do governo federal. De acordo com o prefeito de Catanduvas, Aldoir Bernart, até hoje os recursos prometidos de 20% sobre o valor total das obras da penintenciária o que dá cerca de R$ 4 milhões se resumem a projetos que não saíram do papel. ?O município tinha 10.500 habitantes antes do presídio; depois, pulou para 14 mil. Necessita de casas populares, mais escolas, ampliação do posto de saúde, transporte escolar, calçamento, asfalto e obras de saneamento, mas até hoje o governo federal não cumpriu nenhuma das promessas de investir na cidade em troca da construção da penitenciária?, lamenta.