O poder público vai realizar uma série ações de prevenção contra a violência sexual de crianças e adolescentes no litoral do Estado. O objetivo é sensibilizar pais, familiares e a população em geral a não relaxar nos cuidados com a garotada. Por si só, o verão e as férias não causam um crescimento no número de casos. Mas a concentração maior de pessoas pode aumentar a possibilidade disto acontecer, se não houver uma prevenção correta.
O coordenador das ações protetivas da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude, Luciano Aparecido de Souza, conta que o órgão participa da Operação Verão 2009, no litoral paranaense, atuando em parceria com outras secretarias estaduais. Uma campanha educativa será levada aos turistas, veranistas e população local durante a temporada. “Vamos conscientizar os pais sobre como prevenir, como tomar conta do seu filho. Nas férias, as famílias tendem a relaxar. Mas não podem descuidar jamais”, comenta. Além disso, os agentes vão mostrar como denunciar os casos e o que fazer diante da suspeita de violência.
A prefeitura de Paranaguá, por meio do programa Sentinela, também vai trabalhar na prevenção de abusos neste verão. Além de atuar dentro da Operação Viva o Verão, o município vai realizar uma campanha em parceria com a agência Ciranda. Uma das ações será nas ilhas na Baía de Paranaguá, segundo Neuza Mary Machado, diretora de proteção especial da Secretaria Municipal da Criança, Promoção e Assistência Social.
Luciano Souza afirma que a melhor maneira de trabalhar a prevenção é manter um diálogo aberto com os próprios filhos. “Os pais devem explicar às crianças que não deixem sujeitos estranhos se aproximarem e que não aceitem presentes de desconhecidos. Também é preciso dizer para a criança que não permita que adultos toquem em certas partes do corpo dela”, orienta. Com este canal de comunicação aberto, será mais fácil a identificação de situações suspeitas e a prevenção.
Outra dica é nunca deixar as crianças brincando nas ruas sozinhas. Os pais ou responsáveis podem acompanhar de perto as brincadeiras e atividades em espaços públicos. As crianças devem estar identificadas, com as pulseiras entregues durante a Operação Viva o Verão ou com crachás confeccionados em casa mesmo. Isto vale para todos os lugares, e não só na praia. No caso dos adolescentes, que estão em processo de desenvolvimento de autonomia, o pai também deve supervisionar a rotina do filho, mas de uma maneira que o jovem não se sinta pressionado.
Souza lembra que ainda aparecem casos de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes no litoral. “Infelizmente, ainda existe muito turismo sexual, praticado por pessoas que apenas viajam para isto, especialmente em regiões litorâneas. A população também deve ficar atenta a isto e denunciar”, solicita o coordenador da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude.
Situações ou suspeitas de violência sexual devem ser denunciadas pelos telefones 181 ou 190. Os relatos também podem ser encaminhados para a Polícia Civil, Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Ainda haverá postos de atendimentos nas cidades litorâneas.
Atenção aos sinais de violência sexual
Estas características não podem ser levadas em conta isoladamente. Algumas delas, por exemplo, podem aparecer na fase da adolescência e não significar violência sexual. São possíveis sinais, que nem sempre acontecem.
* Distúrbio do sono;
* Distúrbio de apetite;
* Interesse excessivo ou evitar qualquer ind&iacu,te;cio sexual;
* Depressão;
* Isolamento;
* Agressividade excessiva;
* Achar que algo no próprio corpo está sujo;
* Medo de certas pessoas ou lugares;
* Mudanças súbitas de conduta.