Os dois líderes do motim que transformou a carceragem do 11.º Distrito Policial – CIC – em um inferno na tarde de domingo, foram transferidos ontem. Helton do Santos e Valmir Martins, ambos presos por assalto, foram retirados do xadrez junto com outros três presos. Nas celas, restaram 72 detentos. Durante o motim, que durou seis horas, o preso Anderson Serednick, 22 anos, foi morto com um tiro no peito, e mais dois internos foram feridos a chutes e socos.
Helton, detido por assalto, é o principal suspeito de ter assassinado o companheiro de cadeia. O tiro entrou no peito da vítima próximo à axila e acertou-lhe o coração. "Uma das hipóteses é que Anderson estava com arma e lutou com o Helton para ficar com a pistola", disse o delegado Sérgio Taborda.
Também foram levados ao Centro de Triagem o estuprador Edson Ramos Gaspar e os assaltantes Aparecido Honório da Silva e Dalton Rutkoski. Enquanto isso, o estrago feito pelos amotinados começou a ser consertado. Os presos serraram grades e quebraram todos os cadeados das celas.
Motim
No início da tarde de domingo, plantonistas ouviram gritos vindos do xadrez. Um dos policiais foi ver o que acontecia e verificou que um dos detentos estava sendo agredido. Para tentar impedir que a agressão prosseguisse, ele trocou o preso de cela. Minutos depois, os gritos continuaram. Ele retornou à cadeia e os presos o dominaram, tomando a pistola ponto 40 que portava. Quatro detentos conseguiram escapar e houve troca de tiros. Os presos só entregaram a pistola às 19h45, depois de muitas negociações e a mobilização de dezenas de policiais civis e militares, que cercaram a delegacia.
Durante o tumulto, o assaltante Willian Ferreira Andrade, e os ladrões Alex Fernando de Oliveira Saraiva, Erick dos Santos e João Altair Gomes conseguiram escapar pela porta da frente da delegacia. Somente um deles, João Altair, foi recapturado minutos depois. Os outros três continuam foragidos.