Nove pessoas foram presas, na manhã de ontem, suspeitas de integrar uma quadrilha que vendia combustível adulterado na região norte do Paraná. As prisões foram realizadas pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Paraná (MP-PR) de Londrina. Outros dois mandados de prisão faltam ser cumpridos.

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A quadrilha era investigada há quatro meses. Segundo o MP-PR, por meio de sua assessoria de imprensa, o combustível era adulterado num posto “de fachada” em Uraí e distribuído em postos de Londrina, Maringá, Marialva, Cambé, Apucarana e Arapongas.

O produto, vendido como gasolina tipo C, era composto apenas por álcool, solvente e corante, sem nenhuma gota de gasolina, segundo demonstraram análises preliminares feitas no laboratório de química da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O MP informou que durante a ação foram apreendidos documentos e um caminhão tanque usado pelo bando para o transporte do combustível. O órgão informou que pedirá à Agência Nacional de Petróleo (ANP) que lacre o posto de Uraí.

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Preço

Paralelamente à operação da Gaeco, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Londrina, em parceria com o Procon, iniciou ontem ação de fiscalização nos postos de combustíveis da cidade com objetivo de verificar a suposta prática de preços abusivos. A operação vai continuar até que os 110 postos de Londrina sejam fiscalizados.

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Quatro dos cinco postos fiscalizados até o início da manhã de ontem foram autuados pelo Procon por lucrarem de 48 e 50 centavos por litro de álcool, segundo informou o MP-PR. Os donos dos postos poderão pagar multa que varia de R$ 300 a R$ 3 milhões, dependendo do faturamento.

Durante a fiscalização, os técnicos avaliaram notas fiscais de compra dos combustíveis para, a partir do preço pago às distribuidoras, calcular o lucro obtido na venda ao consumidor.

Segundo a Promotoria, a média de preço do álcool na cidade é de R$ 1,77 por litro, uma das maiores do Paraná. Para o promotor de Justiça Miguel Jorge Sogaiar, o valor é um “absurdo”, já que em Curitiba o álcool custa em torno de R$ 1,50. Ele afirmou que os donos de postos terão de explicar aos fiscais essa diferença tão alta.