Policiais civis da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas prenderam, na manhã de segunda-feira (2), José Luiz Barbosa Trindade, 62 anos, e Dejacir dos Santos Rodrigues, 44, suspeitos de serem mentores de uma quadrilha que falsificava documentos públicos e particulares. Os dois suspeitos eram proprietários de uma empresa, que atuava no mercado há dois anos, oferecendo facilidades na retirada do nome em cartórios de protesto.

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“Eles emitiam documento falso em nome do credor, alegando que o devedor havia quitado seus débitos. O devedor apresentava esse documento em um cartório de protestos, que, induzido ao erro, retirava o protesto, legalizando a situação. Todo o serviço era feito por um valor abaixo da real dívida, com a alegação de que eles haviam negociado os juros da pendência financeira. Na verdade, nada havia sido negociado e o dinheiro da dívida ficava com eles mesmos”, explicou o delegado Vinicius Augustus de Carvalho, que chefiou as investigações.

Segundo o delegado, as investigações começaram em setembro do ano passado, quando o proprietário de um cartório desconfiou de um pedido de retirada de protesto. “O dono do cartório conhecia os sócios da empresa credora e desconfiou do documento apresentado, que continha algumas alterações contratuais. No documento, existia outro nome como sendo sócio da empresa credora”, disse Carvalho.

Ainda segundo a polícia, os selos de autenticidade contidos nos documentos falsificados eram vendidos por funcionários de cartórios a Dejacir. Desde o início das investigações, além dos dois mentores da quadrilha, também foram indiciadas outras seis pessoas, suspeitas de auxiliar o golpe.

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A empresa que promovia as falsificações é a B.L. Consultoria Jurídica, localizada no centro de Curitiba. No mesmo local, também estavam sediadas as seguintes empresas de fachada: BL Braz Liberta Assessoria Empresarial, SNC Serviço nacional de certidões e encaminhamentos de documentos Ltda., DSR&M.A A Associados Ltda, Brasuli Comércio de Semi Jóias e Brinquedos Ltda. Todas estão sendo investigadas, para verificar se também estão envolvidas em atividades ilegais.

A Delegacia de Estelionato prossegue com as investigações para identificar todos os integrantes da quadrilha, bem como descobrir se os clientes da empresa tinham conhecimento da fraude e o prejuízo que o golpe causou.

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Prisão

José Luiz e Dejacir foram presos no escritório da empresa. No local foram encontrados diversos documentos, carimbos de bancos, carimbos de cartórios e de empresas que eram utilizados para dar veracidade ao documento falso, um processo do Tribunal de Justiça, além de farta documentação.

Apenas Dejacir confessou o crime. Ele já tinha um mandado de prisão emitido pela comarca de Campina Grande do Sul por falsidade ideológica. Os dois foram encaminhados para o Centro de Triagem de Piraquara e serão indiciados por falsificação de documentos públicos, estelionato e falsidade ideológica.