A polícia começou a ouvir ontem, em Curitiba, os depoimentos das 14 pessoas presas na última quarta-feira, em Londrina, acusadas de fazer parte de um esquema de cartel de postos de combustíveis. Até domingo, alguns deles, que admitiram a existência da quadrilha, devem ser liberados. No entanto, o delegado Marcus Michelotto, que comandou a Operação Medusa III, vai pedir a prorrogação da prisão de outros envolvidos por mais cinco dias. Ontem, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Procuradoria de Defesa do Consumidor (Procon) autuaram sete postos de combustíveis em Arapongas (25 quilômetros de Londrina), por venda de gasolina adulterada.
?São muitas pessoas para ouvir e um caminhão de provas para analisar. Vai levar algum tempo. Mas alguns presos estão colaborando e confirmaram a existência do alinhamento de preços. Elas serão liberadas no domingo?, explicou Michelotto. O material deve ser analisado pela polícia e por órgãos de fiscalização tributária. O delegado afirmou que hoje vai pedir prorrogação da prisão de alguns suspeitos para até o final da semana que vem. Ele preferiu não dizer quantos nem falar nomes. Segundo ele, essas informações serão divulgadas hoje. Michelotto confirmou que há mais operações de combate ao cartel no setor de postos de combustíveis, mas explicou que não é possível divulgar os locais para não atrapalhar as investigações.
Arapongas
Cinco dos 23 postos de combustíveis de Arapongas estão vendendo gasolina adulterada. A constatação veio depois de testes feitos com amostras coletadas no último dia 10. Segundo o coordenador da promotoria de defesa do consumidor da cidade, promotor de justiça Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva, o MPE recebeu uma denúncia e por isso resolveu apurar. ?Em três desses postos, a situação é mais grave porque foi encontrado solvente misturado à gasolina. E isso é um veneno para o motor. Eles praticavam um preço abaixo da média?, explicou. Nos outros dois postos, foi encontrado 2% e 4% a mais do limite permitido de álcool misturado na gasolina. As empresas foram multadas pelo Procon e têm dez dias para contestar os laudos e se regularizar.