A polícia prendeu em Cascavel uma quadrilha de hackers que usavam programas espiões distribuídos por email para roubar senhas de contas bancárias. Segundo o Grupo de Diligências Especiais (GDE) da Polícia Civil, os bandidos fizeram vítimas em todo o Brasil. Quatro homens e uma mulher foram presos em flagrante.

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Dyego Deleon de Aguiar Severo, 24 anos, que já tem passagens por roubo, Silas Taborda, 29, com passagem por estelionato, Claudir Schimidt, 38, com passagem por estelionato e extorsão, Devanir Soares da Silva, 25, e Francielle Inácio da Silva, 24, foram indiciados por estelionato e formação de quadrilha.

De acordo com o delegado-chefe da 15.ª Subdivisão Policial, Amadeu Trevisan Araújo, eles faziam transferência bancária das contas das vítimas usando a internet. “Ainda estamos contabilizando o valor do golpe, e acreditamos que mais vítimas devem aparecer”, disse.

Com a quadrilha, foram apreendidos documentos falsos, 300 folhas de cheques, nove telefones celulares, 35 cartões de crédito e bancários, sete pendrives, cinco computadores, quatro impressoras – duas delas de alta precisão, usadas para confeccionar documentos falsos – e carimbos de cartórios públicos. Três carros também foram apreendidos.

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Os computadores serão encaminhados ao Instituto de Criminalística, que irá realizar perícia. “Com isso, nós vamos descobrir novas vítimas, que serão convocadas para prestar o depoimento. Isso irá nos ajudar a chegar ao valor roubado com o esquema”, afirmou o delegado.

Segundo a polícia, a quadrilha distribuía programas maliciosos de computador conhecidos como “keyloggers” escondidos em emails. Uma vez instalado, o programa armazena tudo o que a vítima digita no teclado do computador, inclusive os números de contas bancárias e suas senhas.

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“Ao abrir o correio eletrônico, a vítima acabava instalando o programa sem saber. Com as informações colhidas, a quadrilha transferia dinheiro para contas bancárias dos integrantes e de terceiros”, explicou o delegado.

A investigação começou quando a polícia recebeu denúncias de que o grupo clonava cheques. Os cinco também falsificavam documentos, usados para abrir contas em bancos erm que era depositado o dinheiro roubado com o golpe. “O esquema era tão sofisticado que eles tinham carimbos de cartórios públicos de várias cidades do Paraná para o reconhecimento de firma”, disse.

Para evitar golpes como esse, é preciso ter cuidado ao abrir emais enviados por desconhecidos. Além disso, é preciso que os usuários da internet evitem repassar emails em massa – as famosas correntes, que em geral propagam vírus e programas mal-intencionados.

“Até mesmo sem querer, as pessoas clicando no arquivo anexado ao email e permitem a instalação de vírus e programas maliciosos. Assim como é preciso ter cuidado ao digitar senhas e utilizar caixas eletrônicos, é necessário ter a mesma atenção com a internet”, avisou o delegado.