Dois golpistas que usavam o nome das polícias Civil e Militar para supostamente arrecadar fundos para as instituições foram presos, na tarde de ontem, depois que dois comerciantes desconfiaram da dupla. Para dar credibilidade à farsa, Eleandro Sérgio Monteiro, 36 anos, e Fabiano Augusto Claudionor, 32, davam às vítimas recibos falsos de associações da PM e e adesivos com o brasão da polícia para serem colocados no carro. Os dois foram pegos em flagrante por uma equipe do 20.º Batalhão da PM e encaminhados ao 7.º Distrito Policial (Hauer).
Os alvos da dupla eram comerciantes do Hauer e Boqueirão. As vítimas recebiam o telefonema de um dos golpistas, que se intitulava como Doutor Paulo, delegado do 17.º Distrito Policial, que sequer existe. Segundo o delegado Amarildo Antunes, ele explicava que estava angariando fundos, por exemplo, para organizar eventos da polícia e para reforçar o combate à criminalidade.
Em seguida, avisava que um policial militar iria pegar o dinheiro. “Eles pediam entre R$ 50 e R$ 100 para, por exemplo, a nova sede do 20.º Batalhão da PM, que já foi inaugurado”, informou Amarildo. Para dar veracidade à farsa, o suposto delegado dava um número de telefone e celular.
Prisão
Ontem pela manhã, dois comerciantes acionaram a Polícia Militar. Eleandro foi preso em flagrante na Rua Carlos Essenfelder, quando abordava o dono de uma empresa, que já havia recebido o telefone do suposto delegado Paulo. “Liguei para o telefone que ele me havia fornecido e o número não existia”, contou o empresário, que preferiu não se identificar.
Fabiano foi preso, em seguida, em casa, na Rua das Carmelitas, onde a polícia apreendeu jornais da Assepol e recibos falsificados da Assesp (Associação dos Servidores da Secretaria da Segurança Pública). De acordo com Mario Cesar Ribas, diretor da revista da Assesp, os adesivos da PM encontrados com a dupla não são legítimos.
Um caderno com nome de vários empresários foi apreendido pela polícia, que vai continuar as investigações para saber há quanto tempo a dupla agia. Eleandro já havia sido preso em 2008, por arrecadar doações em dinheiro para uma suposta semana do trânsito em Maringá.
Alerta pros empresários
O delegado Amarildo Antunes aproveitou para esclarecer que não é prática da polícia arrecadar doação da população. “Quem cuida disso é a Secretaria da Segurança Pública. Eles usavam o nome da polícia para iludir os comerciantes”, afirmou Amarildo. O sargento Wilson Rogel dos Santos, presidente da Associação dos Praças da PM, que também foi até a delegacia representar a instituição, pede a quem tenha sido lesado pelos falsários que entrem em contato com a polícia pelo 190 (PM) ou 197 (PC). “Esse tipo de pessoa está denegrindo o nome de entidades da polícia que são sérias. Pedimos aos empresários que, se por ventura foram vítimas, que entrem em contato com a polícia”.