Por causa de erros discretos nas informações de uma carteira de motorista, policiais rodoviários estaduais de Florestópolis, norte do Paraná, descobriram um esquema de falsificações de documentos, praticado por um funcionário da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) do município, Gilson de Souza Araújo, 39 anos. O motorista de máquinas agrícolas José Braga, 53, foi parado em uma blitz de fiscalização, e quando os policiais rodoviários checaram sua carteira de habilitação, desconfiaram de algumas informações impressas. O que mais despertou a atenção foi no campo da categoria a qual José estava habilitado, constando as iniciais ?D A?. ?D?, significa que o motorista pode transportar passageiros em veículos com capacidade para mais de 10 pessoas, e a letra ?A?, habilitado para dirigir veículos com duas ou três todas. Porém, segundo padrões utilizados pelo Detran, a ordem correta para a colocação das letras é ?A D?, e não ?D A?, como foi encontrado no documento.
Ao suspeitarem do fato, os policiais pressionaram José, que confessou ter comprado a carteira, por R$ 700, do funcionário da Ciretran, que na verdade, é funcionário da prefeitura local e ?emprestado? ao Detran da região. Gilson foi procurado pelo delegado Elisandro de Souza Correia, do município de Porecatu, próximo de Florestópolis, porém como o acusado estava fora do período de flagrante, foi ouvido e liberado, enquanto o delegado conduz as investigações.
O documento, segundo Correia, não era feito no papel moeda do Detran, porém a cópia era muito bem feita, e poderia ter passado desapercebida pela fiscalização senão fossem os erros nas informações. Quando o documento foi passado pela luz violeta, artifício usado para detectar documentos falsos, é que foi confirmada a fraude. Junto ao Detran, os policiais constataram também que José nunca teve permissão para dirigir.
José está recolhido na delegacia, autuado pelo artigo 304 do Código Penal, por uso de documento falso. Ele disse à polícia que sempre dirigiu máquinas agrícolas e que tinha vontade de ter uma carteira de habilitação. Porém não procurou o Detran porque tinha medo de não ser aprovado nos exames.