Nove presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) mantiveram um agente penitenciário refém por quase quatro horas desta terça-feira (22), para serem transferidos para outras unidades. As negociações com o Departamento de Execução Penal do Estado do Paraná (Depen) foi encerrada por volta das 13h. Os detentos conseguiram a realocação e o agente foi liberado, sem ferimentos.

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Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson, os amotinados ficam na ala conhecida como “seguro”, isolada das outras galerias para não colocar em risco o bom andamento da unidade. A informação foi confirmada pelo diretor do Depen, Cezinando Vieira Paredes, citando ainda que os presos rebelaram-se por ameaças que sofreram. Cinco deles foram levados para a Casa de Custódia de Curitiba e quatro para a Casa de Custódia de São José dos Pinhais.

Superlotação

Johnson acrescentou que o motim teve como causa, além da superlotação, as ameaças que os presos sofriam de facções. “Além de não ter mais onde colocar presos, não dá para fazer a classificação penal”, disse. O vice-presidente do sindicato reclama que, desde que o decreto do governador Beto Richa definiu a transferência de 1.200 presos para o sistema penitenciário, em maio, mais de 2 mil presos foram transferidos. Na PCE, por exemplo, estão 1.800 detentos, para capacidade de 1.450.

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Na quinta-feira passada, outro agente penitenciário permaneceu refém de presos por mais de 15 horas, na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II). Os presos foram transferidos para presídios o interior.

Reunião

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Às 16h desta terça-feira (22), representantes do Sindarspen e da Secretaria da Justiça (Seju) se reuniram para debater a absorção de presos no sistema penitenciário. A Seju informou que a partir de segunda-feira, toda semana, 80 presos serão transferidos das delegacias da capital e região metropolitana, conforme prevê o decreto, que esvaziou as carceragens das delegacias de Curitiba. De acordo com a pasta, 2.045 presos já foram absorvidos pelo sistema penitenciário.

Os presídios estão com 8% a mais de suas capacidades, segundo a assessoria de imprensa da Seju. De acordo com a Secretaria, 120 presos deixam o sistema todos os meses, por vários motivos, entre eles pelos mutirões carcerários e direito à liberdade provisória. A secretária Maria Tereza Uille Gomes afirma que o número de 80 presos será um teste, de um mês, para analisar se a capacidade dos presídios volta ao normal. Se sim, o número de presos transferidos podem aumentar.