Os 176 presos que ocupam a carceragem do 11º Distrito Policial de Curitiba, no bairro CIC, serão transferidos para o Centro de Triagem de Piraquara até o final da próxima semana. A remoção será feita para reformar o local que foi depredado pelos detentos em um princípio de fuga ocorrido no sábado (10). “Todos os presos serão removidos para a reconstrução do local. A situação está sob controle”, afirma o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto.
Segundo a polícia, a remoção será feita aos poucos e terá o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). No dia do tumulto, os cinco líderes da rebelião e mais seis presos foram removidos. Na segunda-feira (12), mais dez detentos foram levados para Piraquara. A partir desta terça-feira (13), 30 detentos devem ser removidos diariamente até que o local fique vazio.
“Nesta segunda foi realizada mais uma revista detalhada nos pertences dos presos para verificar a existência de armas que pudessem originar, incentivar ou facilitar novo tumulto. A situação está controlada desde sábado. Os presos estão agitados, mas em nenhum momento houve perda de controle”, disse o delegado Azôr.
Durante a revista, quatro disparos foram efetuados por policiais do Cope para prevenir possíveis tentativas de tumulto durante a revista e transferência dos presos. Duas barras de ferro que poderiam ser usadas como “estoques” pelos presos foram encontradas e apreendidas pelos policiais. “A situação está tranqüila no local e apenas uma equipe do Cope ficará de vigia. Todas as outras equipes, inclusive do Choque, já deixaram o local”, disse o delegado.
O tumulto começou por volta das 11h30 do sábado (10), quando alguns presos tentaram fazer um policial refém quando ele abria uma das celas para entregar a refeição. Com estoques, os detentos fugiram da cela e entraram em luta corporal com o policial. Outro oficial que dava apoio à situação teve que efetuar alguns disparos para conter os presos. Os tiros feriram em regiões não vitais os detentos Gelton Acácio Camilo Ramalho, de 29 anos, Alexandre Rafael de Lima, 25, André Batista Diogo, 27. Os três passam bem.
Os cinco presos que lideraram o princípio de rebelião serão autuados por tentativa de homicídio de um policial e por homicídio de um detento. José Gonçalves de Lima Sobrinho, 29 anos, foi morto em um acerto de contas com outros presos munidos de estoques durante a rebelião.