A situação de Agostino Silvério Neto, 23 anos, acusado de esfaquear a mãe e o padrasto, na semana passada, em Pinhais, está cada vez mais complicada. No final da tarde de ontem, os dois rapazes que estavam com ele foram presos.
Ao contrário da versão de Agostino, disseram que foi ele quem golpeou o casal. Agostino foi colocado para ouvir os depoimentos, frente a frente com os comparsas. Apenas baixou a cabeça e calou-se diante da acusação que lhe fizeram.
Ademir José do Nascimento, o “Bemir”, 25, e um adolescente de 17 anos, foram presos quando saíam da casa de “Bemir”, na Rua Ernesto Pacheco Belo, bairro Joaquina, em Pinhais, por volta das 18h10.
Segundo o delegado Agenor Salgado, Agostino passou o último dia 23 num hotel do centro de Curitiba, na companhia de seu tio e duas garotas de programa. No final da tarde, foi para a casa de “Bemir” e o convidou para, junto com o adolescente, cometerem um assalto. Os detidos disseram que não sabiam que o roubo seria contra os próprios familiares de Agostino.
Facadas
O padrasto de Agostino, Misceslau Ostaszevski, 71, o flagrou pulando o muro e disse: “O que você está fazendo aqui rapaz? Já não te mandei embora?”. Num acesso de fúria, Agostino esfaqueou o padrasto. Quando a vítima tentou fugir, seus comparsas o seguraram, para levar mais golpes.
Mônica Resente, 46, mãe de Agostino, locomoveu-se em sua cadeira de rodas até a sala para ver o que acontecia. O rapaz ficou transtornado ao vê-la, pois pensava que ela estivesse na praia. Após esfaquear o casal, o trio levou R$ 400,00 da carteira de Misceslau e outros R$ 600,00 ou R$ 800,00 da bolsa de Mônica.
Agostino mora no Rio Grande do Sul, mas estava em Pinhais há cerca de um mês. De acordo com Salgado, o rapaz é viciado em drogas. Ele é filho de Agostino Silvério Júnior, desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá, que mandou dois advogados ao Paraná. Mônica já recebeu alta e Misceslau continua em coma no Hospital Cajuru.