Presos, ontem, por policiais de Rio Branco do Sul, Antônio Miranda, 46 anos, e seu sobrinho, Fabiano Miranda, o "Binho", 18, confessaram ser os autores da chacina de seus primos, ocorrida no dia 6 de junho último, em Itaperuçu. Também é apontado como autor do crime Osvaldo Miranda, 42 (pai de Fabiano e irmão de Antônio). Abrão Miranda, 59 anos; a mulher dele, Isa de Oliveira Miranda, 58, e as filhas do casal, Vera, 28, e Rafaela, 15, e ainda Eber de Oliveira Faria, 22 (namorado de Rafaela), foram mortos com requintes de crueldade, na localidade de Limoeiro. Todos receberam pauladas na cabeça e tiveram seus corpos jogados no mato, ao longo de uma estrada sem asfalto, próximo do local onde moravam. Osvaldo e Antônio são primos de Abraão.
Osvaldo já estava na cadeia. |
A polícia identificou os três acusados uma semana após o crime. O primeiro a ser preso foi Osvaldo, no dia 23 do mês passado. Depois iniciaram os trabalhos para capturar Fabiano e Antônio. Ontem, os policiais encontraram Fabiano em uma localidade em Rio Branco do Sul. Pouco depois, Antônio foi preso no bairro Cachoeira, em Almirante Tamandaré. "Ele estava armado com um revólver de brinquedo, mas nem tentou reagir", contou o superintendente da DP de Rio Branco do Sul, Manoel Mendes.
Foragido
Com uma ficha extensa e cinco mandados de prisão em aberto (Colombo, Curitiba e três em Cerro Azul), Antônio que é foragido da Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara, confessou o crime friamente, mas contou duas histórias diferentes: uma para a polícia e outra para a imprensa. "Foi um desacerto que eu tinha com o Abraão. Ele fez pilantragem comigo", alegou. "O alvo era ele. O resto foi conseqüência", acrescentou. Durante a entrevista, Antônio, que é considerado pela polícia "cadeieiro velho", tentou instruir o sobrinho aproveitando o momento da apresentação: "Você tem que dizer…", quando foi interrompido pelos policiais. O jovem, de certa forma, entendeu o recado, e resumiu dizendo: "Matei". Depois pensou, olhou para o tio e disse: "A idéia foi dele (Antônio)".
Para a polícia, Antônio disse que iria praticar um assalto, junto com seu irmão e o sobrinho. Para isto, precisavam de um carro e queriam o de Eber. "Como o rapaz se negou a cooperar, resolveram matá-lo. Depois voltaram à casa e assassinaram a família, que sabia que Eber tinha saído com eles. Foi queima de arquivo. O Eber foi morto pelo Fabiano", disse Mendes.