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Apresentador está tranqüilo. |
Tranqüilo e sereno, aguardando a decisão da Justiça. Assim o defensor Haroldo Natter descreveu, ontem, como o apresentador de televisão e radialista Ricardo Chab passou mais um dia na prisão. Ele está recolhido numa cela especial do Centro de Triagem II (CT II), em Piraquara, juntamente com seu advogado Antônio Neiva de Macedo Filho, ambos acusados de extorsão. Apesar dos gritos dos outros presos, que à noite faziam ameaças dizendo ?vai morrer?, Chab não se assustou, uma vez que não teve contato com os demais detentos.
De acordo com Natter e com o advogado Beno Brandão (defensor de Macedo Filho), o caso está nas mãos do juiz Lourival Chemim, da Vara de Penas e Medidas Alternativas, que possivelmente hoje à tarde deverá conceder ou não a liberdade aos acusados.
Ainda ontem o delegado Marcus Vinicius Michelloto, titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, que deu voz de prisão aos dois acusados na sexta-feira da semana passada, encerrou as investigações e encaminhou o inquérito à Justiça. Caso Lourival Chemim decida manter os dois acusados presos, os defensores devem entrar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça.
Acusação
O jornalista e seu advogado são acusados de tentar extorquir R$ 150 mil dos proprietários da empresa de segurança Centronic, que no ano passado figurou nos noticiários policiais, porque alguns de seus funcionários foram acusados de matar o estudante Bruno Strobel (filho do jornalista Vinícius Coelho). Eles exigiam o dinheiro para não expor a empresa no programa de televisão que Chab apresentava, e na rádio de sua propriedade, situada em São José dos Pinhais.
O proprietário da Centronic comunicou o caso à polícia. Com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, foram gravadas conversas a respeito da exigência do dinheiro. Ao fazer entrega de parte da quantia (R$ 35 mil), na sede da rádio, a vítima foi acompanhada pela polícia. Tão logo o dinheiro foi entregue, Chab e o advogado foram presos.
Vereador também é indiciado
Valéria Biembengut
Chab e Macedo Filho foram indiciados por extorsão, juntamente com o presidente da Câmara de Colombo, vereador Onéias Ribeiro. O político alegou, em seu depoimento, na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedec), na tarde de segunda-feira, que foi até a Rádio Mais, de propriedade de Chab, porque foi contratado para dar depoimentos em favor da Centronic.
A versão apresentada é diferente dos outros acusados. ?Cada um alega uma coisa. Chab garante que não sabia de nada, o vereador alega ter sido contratado para dar um testemunho e o advogado disse que o dinheiro seria fruto de inserções comerciais compradas pela Centronic?, explicou o delegado Marcos Vinícius Michelotto.