Mais dois acusados de envolvimento com corte ilegal de madeira nas regiões de Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná, foram presos até o fim da tarde desta terça-feira (23), elevando para oito o total de detidos. Entre os presos estão dois fiscais Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que apoiou a operação do Polícia Civil, madeireiros e fazendeiros. Uma ex-diretora do órgão em Ponta Grossa está foragida. Todos foram acusados de crime contra o meio ambiente, formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica.

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Os levantamentos da polícia apontam que a atuação dos acusados levou ao corte ilegal de pelo menos 36 mil pinheiros em 19 fazendas vistoriadas. O desmate equivaleria a cerca de 1,5 mil campos de futebol. Sobre os fiscais do IAP pesam acusações de que receberam propina dos madeireiros para que concedessem licenças de corte sem que fossem respeitados os parâmetros legais. Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, eles receberiam, em média, R$ 30 mil por autorização.

Durante a operação foram apreendidos documentos e computadores. O trabalho foi acompanhado pelo presidente do IAP, Vitor Hugo Burko. Segundo ele, as investigações mostram que a ex-diretora, Elma Nery de Lima Romano, de 50 anos, seria a mentora. "Com os documentos e computadores apreendidos teremos condições de melhor avaliar os papéis de cada uma das pessoas", disse.

Perseguição

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O engenheiro do IAP, Luiz César Santos, um dos presos, disse que tudo não passa de perseguição política. "Na verdade, é uma retaliação do IAP contra o IAP e esta retaliação começou pela Elma, que acusou muita gente da sede que não gostava dela", acentuou. "É uma retaliação e estão usando a questão ambiental como bode expiatório."