Foto: Átila Alberti/O Estado |
"David Cardoso" fugiu do Bom Retiro. |
Depois de violar cinco sepulturas do Cemitério Municipal do Boqueirão, com o intuito, "ressuscitar" os cadáveres, um indivíduo que se diz chamar "David Cardoso", 30 anos, foi preso na tarde de ontem por guardas municipais. Demonstrando ter sérios problemas mentais, o homem confessou à polícia que além de tentar fazer os mortos reviver ele também mantinha relações sexuais e costumava beijá-los.
No último dia 3, após o feriado de Finados, a administração do cemitério levou um verdadeiro susto quando percebeu que cinco túmulos haviam sido violados. Como nenhum material havia sido roubado, de imediato foi levantada a suspeita de que o vândalo tinha outra intenção. Na tarde de ontem, quando os funcionários do local avistaram ?David? entrar no cemitério, logo desconfiaram de suas intenções e o seguiram.
Ele tentou abrir mais um túmulo e ao ser flagrado fugiu do local pulando o muro. Os guardas municipais foram chamados e conseguiram apanhá-lo perto dali.
Levado ao 7.º Distrito Policial, o indivíduo confessou que na visita anterior que vez ao local abriu os túmulos para tentar ressuscitar os corpos. Segundo ele, a "técnica" consiste em massagear o peito do cadáver. "Se a gente coloca a nossa mão quente no coração do morto ele veve (sic). Já dei um beijo na testa de um morto e na boca de outro", contou. Durante o interrogatório na delegacia, ?David? também confessou que manteve relações sexuais com os mortos e que costumava dormir no local.
O indivíduo disse que mora na Vila Pantanal com um irmão, e que sua mãe já o internou quatro vezes nos hospitais psiquiátricos San Julian e Bom Retiro. "Ela me internou, mas eu fugi todas as vezes", contou orgulhoso. Segundo o delegado Hamilton Cordeiro da Paz, a polícia irá checar a verdadeira identidade de ?David?, uma vez que ele estava sem documentos. "Iremos tentar a remoção imediata ao Complexo Médico Penal, uma vez que ?David? oferece sérios riscos dentro do xadrez", finalizou o delegado, lembrando que ?David? foi indiciado por dano e vilipêndio a cadáver, crime que consta no artigo 212 do Código Penal e que prevê pena de um a três anos de prisão, além de multa.