Foi preso na noite desta segunda-feira (20), Marins Ernandes, 38 anos, suspeito de assassinar a golpes de machado a esposa Arabel Simone Oliveira Freitas Martins, 45, na frente das duas filhas pequenas, no Jardim Itália, em São José dos Pinhais.
Segundo a polícia, Marins não tinha condições financeiras de sair da cidade, e por conta disso, passou 26 dias em que esteve foragido embrenhado no mato. “O que dificultou o trabalho é que ele conhecia muito bem todo matagal onde ele andava”, disse o delegado Michel Carvalho, da Delegacia Regional de São José dos Pinhais.
Outra dificuldade encontrada pela polícia foi que a cada dia o homem estava em lugares diferentes. “Foram intensas buscas pela Guarda Municipal, Polícia Civil e Militar a fim de localizar e solucionar este caso”, afirma o tenente Cazon, da PM.
Policiais receberam informação que Marins tinha costume de a noite ir para a casa da irmã, no bairro São Domingos para comer e tomar banho. Por vários dias equipes da PM e da Polícia Civil faziam campana na residência e por volta das 19h de segunda-feira, policiais do serviço reservado conseguiram prendê-lo. Ele estava escondido embaixo de um beliche, e se entregou sem reagir.
Arabel foi morta na frente das filhas, no mês passado. Foto: Arquivo Pessoal. |
Na delegacia Marins negou o crime e disse que desmaiou a vítima, enquanto outra pessoa teria matado a esposa. Ele sustenta essa versão, mas se contradiz várias vezes. A delegada Selma Braga, responsável pelo inquérito, disse que vai abrir uma investigação sobre isso, mas acha provável que essa versão seja falsa.
Selma disse ainda que a morte chocou a população, pois Arabel foi morta na frente das filhas de seis e cinco anos. Foi o primeiro feminicídio em São José dos Pinhais após o crime ser considerado hediondo. “Ele responderá por feminicídio qualificado por ser na frente das crianças”.
Na noite do dia 24 de junho, Marins matou Arabel a golpes de machado dentro da casa do casal, na Rua Fioravante Zacolotti e fugiu com as duas meninas, filhas dele com a vítima. A Delegada afirmou que as pequenas gostavam muito do pai, por este motivo não fugiram dele, mas também não entendiam por que tinha feito aquilo com a mãe. No dia seguinte elas foram encontradas na casa do irmão do suspeito, na Borda do Campo. Arabel tem mais duas filhas adolescentes de outro casamento. O motivo do crime de acordo com as investigações seria que Arabel, entre muitas idas e vindas com Marins, havia pedido a separação.