O procurador de justiça aposentado Orivaldo Spagnol, 73 anos, foi morto porque reagiu a um assalto. De acordo com a polícia, um dos envolvidos no latrocínio (roubo com morte), ocorrido na sexta-feira, é Dirceu Santos de Godoy, 42 anos, ex-funcionário da família, que foi demitido após acusação de furtar maquinários e violentar um garoto de 7 anos.

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Dirceu foi preso na segunda-feira, quando chegava em casa, no bairro Jaguatirica, a menos de um quilômetro da chácara do procurador, que fica no quilômetro 33 da BR-116.

Ele estava com mandado de prisão temporária, de 30 dias, expedido por suspeita de participação no latrocínio. Por medida de segurança, o suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem II, em Piraquara.

Dirceu alega que não estava na região, no dia do crime, e nega envolvimento. Porém, testemunhas contaram que o viram descer de um veículo e caminhar em direção aos fundos do terreno do procurador. Os irmãos de Dirceu, em depoimento, também declararam que ele estava no bairro.

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Violência

De acordo com colegas, quando trabalhava para a família de Orivaldo, Dirceu teria furtado maquinários. O patrão descobriu, mas o perdoou. A demissão veio depois que o procurador teve a informação que Dirceu teria abusado sexualmente de um um menino.

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O garoto teve que ser encaminhado a um hospital, com ferimentos graves no ânus, e confirmou à polícia que foi estuprado por Dirceu. “Ele é considerado um homem muito violento naquela localidade, e ameaçou estuprar a esposa do chacareiro. Depois disso, passou a rondar a chácara e ameaçou o procurador”, conta o delegado Gerson Machado, titular da delegacia de Campina Grande do Sul.

Polícia procura pelos comparsas

Apesar do histórico de desavenças, a polícia não acredita que o crime tenha sido motivado por vingança. “Eles sabiam que o procurador sempre ia à chácara com dinheiro no bolso para pagar os funcionários. Acreditamos que eles foram lá só para roubar. A vítima deve ter reagido e morreu com um tiro no peito”, explica o delegado. Os assassinos levaram celular e dinheiro da vítima.

Em 27 de julho, o procurador havia sofrido outro assalto, em que os ladrões levaram R$ 1.500,00. Depois do crime, ele comentou com familiares que compraria um revólver calibre 32 para se defender. “Provavelmente foi com essa arma que ele foi assassinado”, deduz Machado.

Digitais

O delegado acredita que duas ou três pessoas participaram do crime. Foi realizada uma acareação entre as testemunhas e o acusado, e materiais apreendidos pela perícia foram encaminhados ao Instituto de Identificação, para que sejam colhidas impressões digitais. Também foi solicitada à Justiça a quebra do sigilo telefônico de Orivaldo, na tentativa de localizar o aparelho celular.

“Temos certeza que os autores do crime moram no bairro e conheciam a rotina da vítima. Contamos com o apoio da população com denúncias anônimas sobre qualquer fato que pode ter relação com o crime”, ressaltou o delegado. As denúncias podem ser feitas pelos telefones 181 ou 3676-1135.