Suspeito de estuprar duas deficientes mentais, internadas em hospitais de Curitiba, o auxiliar de enfermagem Luiz Carlos Rodrigues dos Santos, 51 anos, foi preso por investigadores da Delegacia da Mulher.

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Uma das vítimas, de 30 anos, que segundo a polícia não possui qualquer percepção da realidade, está grávida de aproximadamente 20 semanas. Luiz já havia sido condenado, em 2001, a 12 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor, mas fugiu sem cumprir a pena. Ele foi localizado e detido na terça-feira, em Iguape, no litoral de São Paulo.

A delegada Sâmia Cristina Coser explicou que Luiz era investigado por ser foragido. A condenação foi dada por abuso a uma deficiente, em 1998, também internada.

No mês passado, surgiu nova suspeita contra ele, depois que uma instituição de saúde de Curitiba registrou boletim de ocorrência por estupro de vulnerável. “As funcionárias descobriram que ela estava grávida”, disse.

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Indícios

A delegada informou que apenas dois homens tinham acesso ao quarto da mulher, um deles era Luiz. Além disso, assim que veio à tona a informação da gravidez, ele fugiu. “Apuramos também que o outro funcionário nunca ficava sozinho com a mulher, sempre pedia para que alguém entrasse junto no quarto”, ressaltou Sâmia.

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De acordo com a polícia, apenas quando o bebê nascer, no fim de setembro, é que poderão ser realizados exames de DNA para comprovar se ele é o autor do crime. Apesar dos indícios, Luiz Carlos nega que tenha abusado da paciente.

Exames

A delegada contou que os exames realizados na vítima indicaram que não houve penetração por parte do homem. “O hímen dela está intacto. A gravidez aconteceu sem penetração”, disse.

Por conta disso, a polícia não descarta que Luiz tenha abusado outras vezes da mulher, sem que houvesse deixado pistas do crime. Os funcionários davam banho na paciente diariamente e, se tivesse havido alguma forma de violência física, haveria indícios. “O abuso sexual só foi percebido porque a mulher engravidou”, ressaltou a delegada.

Sem reação

Mara Cornelsen

O crime aconteceu no Pequeno Cotolengo, onde há anos a paciente é atendida, por ter vida vegetativa. Ela está inconsciente e se alimenta por sondas. Funcionários, quando souberam da gravidez ficaram revoltados, mas procuraram manter sigilo, para que a polícia pudesse localizar o suspeito.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, apesar de estar condenado por estupro, Luiz trabalhava como auxiliar de enfermagem na ala masculina do Cotolengo.

E teve acesso à vítima, quando pediu para fazer hora extra atendendo, então, a ala feminina. A mulher dele também é funcionária do local, mas não sabia das atitudes do marido.

Gravidez

Quando a polícia foi avisada, Luiz fugiu e a paciente foi removida para um quarto isolado, no Lar Anjo da Guarda, onde permanece sob constante vigilância. Ontem, o padre Valdeci, diretor da entidade, foi procurado, para explicar como são feitas as contratações dos funcionários, quais documentos são exigidos e se é comum homens tomarem conta de pacientes mulheres. Porém, ele não retornou as ligações. Não se sabe como será o parto nem o destino do bebê.