O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria) da Polícia Civil manifestou-se ontem, pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), sobre a detenção de um homem, ocorrida na tarde de quarta-feira.

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Ele é suspeito de assediar uma garota, de 12 anos, aluna do Instituto de Educação Professor Erasmo Pillotto, na Rua Emiliano Perneta. Na saída da mesma escola, em 3 de novembro de 2008, Rachel Maria Genofre, 9, desapareceu e foi encontrada morta dois dias depois, dentro de uma mala, embaixo de uma escada na rodoferroviária.

Após de quase ter sido linchado, o homem, que disse estar fazendo uma pesquisa de opinião pública, foi levado até a delegada Eunice Vieira Bonome, titular do Nucria, que o interrogou e encaminhou para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que investiga a morte de Rachel. Pessoas que testemunharam a detenção afirmaram que a aparência do detido é semelhante ao retrato falado do suposto assassino.

Beijo

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Conforme foi apurado pela polícia, na terça-feira o homem depois de entrevistar a estudante, teria lhe pedido um beijo. A menina contou aos pais. No dia seguinte a mãe acompanhou-a até a escola e a aluna reconheceu-o na rua.

A mãe gritou por socorro, populares o agarraram e por pouco não o lincharam. Policiais militares chegaram a tempo de impedir a agressão e levaram o suspeito ao Nucria.

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A delegada Eunice identificou o acusado e confirmou que ele fazia uma pesquisa. Ela disse que não há indícios de que o suspeito tenha ligações com o “caso Rachel”, porém decidiu encaminhá-lo ao Cope, para que não pairem dúvidas.

No Cope ele foi novamente interrogado e concordou em fornecer material para exame de DNA, que será confrontado ao do homicida, retirado do corpo de Rachel, que sofreu violência sexual. O inquérito será encaminhado à 12.ª Vara Criminal e o suspeito responderá em liberdade.

Procurado por ameaçar família

Mara Cornelsen

A polícia está à procura de outro homem, que já foi suspeito do assassinato de Rachel e de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, ocorrida em Quatro Barras, em 10 de abril de 2006.

Martonio Alves Batista está com mandado de prisão expedido pela juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, sob a acusação de ameaças contra sua ex-mulher e as duas filhas dela.

Martonio também já foi submetido a exame de DNA e, segundo a delegada Vanessa Alice, responsável pelo inquérito de Rachel, o resultado foi negativo. Quanto à morte de Giovanna, quatro ciganos são acusados do crime: Vera Petrovitch e o filho dela, Pero Theodoro Petrovitc Vich; a ex-mulher de Pero, na época com 15 anos, e o pai dela, Renato Michel.

Vera e Pero estão presos e os dois outros em liberdade. Todos negam o crime. Os ciganos moravam próximos da casa de Giovanna e Martonio também era vizinho da menina. Ele chegou a ser interrogado e foi reprovado num detector de mentiras. Depois do crime ele desapareceu de Quatro Barras.

Martonio era motorista de ônibus da linha entre Curitiba e São Paulo. Com o assassinato de Rachel ele também foi considerado suspeito, já que os crimes eram semelhantes. O corpo de uma foi achado próximo da casa dele, em Quatro Barras. O da outra, na rodoferroviária.

Acusação

Mas a prisão do suspeito se deu mesmo por conta de violência doméstica. Maltratava a mulher evangélica e ameaçava as duas filhas dela, com idades entre 8 e 12 anos.

A mulher era submetida inclusive a práticas sexuais vexatórias e denunciou que por mais de uma vez ele demonstrou carícias exageradas nas meninas. Isso teria provocado a separação do casal.

Martonio, ouvido na Justiça, alegou que a mulher fez as acusações por vingança, por causa da separa&cc,edil;ão. Depois disso desapareceu. Em 15 de fevereiro ele teve a prisão decretada, mas até agora não foi encontrado.