Preso rapaz suspeito de liderar gangue no São Braz

Apesar de ter apenas um metro e meio e 19 anos, Danilo França de Oliveira, conhecido como “Danilinho”, é apontado pela polícia como um dos matadores da gangue da Vila do Sapo (VDS), que está em guerra, há pelo menos oito anos, com a Comando do Extermínio (CDE).

“Danilinho” foi preso no final da tarde de ontem, por policiais do 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade), que contaram com o apoio da Polícia Militar. Ele estava em sua casa, na Rua Raffi Salum, São Braz, quando os policiais cumpriram mandado de prisão expedido pelo juiz da Vara de Inquéritos Policiais (VIP). Ele é acusado do assassinato de Cristiano de Freitas Oliveira, 21 anos, que aconteceu em 10 de agosto. “Danilinho” não esboçou reação.

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A polícia também atribui ao rapaz os assassinatos de John Lenon Rodrigues de Oliveira e Marllon Dias da Silva, ambos de 18 anos, mortos no último dia 27. “Eles eram integrantes do Comando do Extermínio (CDE)”, afirmou o delegado Rogério Martim de Castro, titular do distrito.

“Com a prisão de ‘Danilinho’ já detivemos quatro integrantes de gangues acusados de homicídios na região do São Braz”, comemora. Estão atrás das grades Marcelo da Silva Poli e Robson Correia da Cruz, integrantes da Comando do Extermínio (CDE) e Diego Claudino dos Santos Ferreira, da Vila do Sapo (VDS).

Perigoso

O delegado disse que, apesar da baixa estatura e do rosto de adolescente, “Danilinho” é perigoso. “Quando era menor teve duas passagens pela Delegacia do Adolescente, por porte de arma e homicídio, e ficou apreendido. Depois que completou 18 anos, ele já responde por uso de drogas, tráfico de drogas, porte ilegal de arma, lesões corporais e homicídio”, contou. “Por enquanto, ele é apontado como autor de três mortes da guerra entre gangues, mas acreditamos que são mais”, salientou Rogério.

Julgamento divino

Apesar de todas as acusações que recaem contra “Danilinho”, ele afirmou que é inocente. No braço, tem uma tatuagem com a inscrição “Só Deus pode me julgar”. Ele preferiu não mostrar a tatuagem à reportagem, dizendo que era sua “intimidade”. “Eu sabia que estava sendo acusado desses crimes, porque vi no jornal, mas não matei ninguém”, garantiu o rapaz.

Depois de descobrir que era acusado de integrar a gangue da Vila do Sapo, ele procurou um advogado e se apresentou espontaneamente no 12.º Distrito Policial. “Fui ouvido, mas não tinha prisão nenhuma. Fui até ver com o meu advogado se tinha mandado de prisão, mas não constava nada”, disse.

“Eu não tenho rixa com ninguém, não pertenço a nenhuma gangue.” Quanto às passagens pela polícia, “Danilinho” respondeu: “Já cumpri tudo o que eu devia. Agora estou tentando provar que sou inocente”, acrescentou.

Confrontos pela internet

Há 15 dias ao Paraná-Online denunciou que os assassinatos ocorridos no São Braz estavam ligados à guerra entre as gangues da Vila do Sapo e do Comando do Extermínio.

Segundo a polícia, a princípio, a sigla CDE significava Comando da Esquina, mas com as mortes, os próprios integrantes resolveram mudar o significado para impor medo ao grupo rival.

As ameaças entre as gangues sempre começam pelo orkut. As páginas dos integrantes, muitos deles adolescentes, são abertas e qualquer um tem acesso às mensagens. Para que as ameaças se cumpram basta um encontro casual entre os integrantes.

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